Ato na Duque de Caxias tem estrutura de camarote vip e discurso golpista 335h4j
O trânsito de veículos em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste) está completamente impedido 323j1b
Um das principais avenidas de Campo Grande, o ao aeroporto internacional e saída para bairros populosos, a Duque de Caxias tornou-se ponto de concentração para eleitores com discurso golpista, que decidiram bloquear as pistas neste Feriado de Finados, acompanhados de longe pelas autoridades.
Para os atos antidemocráticos – porque pedem o que a lei não permite, como intervenção militar e a derrubada de um governo eleito pelo voto – foi montada na via pública uma estrutura digna de camarote VIP de shows de grande porte.
Nesta quarta-feira (02) o movimento ganhou corpo desde a manhã. O trânsito de veículos em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste) está completamente impedido a partir do cruzamento da Prefeito Lúdio Martins Coelho até a Avenida Tirandes, e manifestantes de todas as idades chegam a todo momento. São jovens, adolescentes, famílias com crianças de todas as idades, sempre vestidas à carater de verde e amarelo, camisetas do Brasil e enrolados na bandeira do país. Até cães são levados.
Para dar conta de ficar por ali, tem de tudo: cadeiras de praia, bancos ou mesmo a carroceria das caminhonetes ou jipes, que estão estacionados no canteiro central ou na calçada da avenida. Tendas foram instaladas no canteiro central e também há kombi com chopp artesanal e água de coco para os abstêmios.
Apoiadores do movimento contrário à posse do presidente eleito pelas urnas distribuem água e ofertam banheiros químicos, instalado no canteiro central. Como toda reunião sul-mato-grossense, o churrasco é o prato principal entre os protestantes. Mas há quem leve lanches, frutas e tereré de casa. Famílias inteiras com as de comida dizem estar preparados para ficar “o tempo que for preciso no local”.
“Resiliência” e “resistência civil”, por sinal, também são as palavras da vez de quem discursa sobre o trio elétrico, parado em frente ao Comando Militar do Oeste.
“Nós temos que ser resilientes. Se for um dia, dois dias, dez dias, cem dias, não podemos parar mais, até porque o nome desse movimento é resistência civil”, diz um dos líderes do movimento ao pedir para que os companheiros de protesto não deixem o local.
Uma das pautas mais faladas é sobre a recontagem pública dos votos, com o apoio do Exército, reivindicação já repisada em pleitos anteriores e descartada pelas autoridades.
“Eu não sei para quem o meu voto foi contado. O povo precisa da força militar para que o público possa contar os votos publicamente”, grita uma das manifestantes do auto do trio.
O “cortejo” dos manifestantes ao Exército vai desde palmas aos soldados que guardam a entrada do CMO, até canção para o comandante, o general Lourival Carvalho Silva. A unidade militar não se manifesta, nem agiu para impedir a movimentação a sua porta.

No final desta tarde eles prometem cantar para o general em frente ao CMO e entoar o Hino Nacional, assim como já fazem nos últimos dias. Como em outros protestos do tipo, ostentam faixas, cartazes pedindo “intervenção militar” e “intervenção federal” na justificativa de que essa é a vontade do povo.
Vale lembrar que o sistema político brasileiro não prevê nada parecido com o que está sendo solicitado, ao contrário. A Constituição de 1988, de fato, diz que “todo poder emana do povo”, que deve exercê-lo “por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” e não pela força.
Pela Constituição, é o povo quem escolhe os governantes através do voto. Se os militares tomam o poder, isso se classifica como um golpe de Estado, o que é inconstitucional.
Palmas, gritos e fogos dão o tom do clima de festa pacífica ao discurso que vai contra o sistema legal do País.
“A festa deles (da esquerda) é uma festa estranha com gente esquisita e a essa festa não. É uma festa de família, podem vir crianças, cadeirantes, idoso”, diz manifestante com o microfone.
O ato causa congestionamento para quem segue na Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho e Lúdio Martins Coelho. Também há tumulto de veículos nas ruas no fundo do 9º Grupamento Logístico, na Vila Taveirópolis.
Leia mais n1u6n
Vista grossa? 2j1m3b
Mesmo com decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e Justiça Federal de Mato Grosso do Sul atestando a ilegalidade dos protestos, ordenando a ação imediata da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e polícias militares estaduais para dispersar a população, nas rodovias e vias públicas o que se vê difere da atuação em outros protestos do tipo, de outras vertentes.
O CMO evitou dar entrevista e informou que está “acompanhando a situação e em contato com os órgãos de segurança pública”. A Polícia Militar está no local orientando o fluxo de veículos pelas ruas paralelas à Duque de Caxias.
A Agetran também informou que mantém agentes de trânsito no local para monitorar a via, e orienta que os motoristas em a Rua João Rosa Pires, Rua Dom Aquino e a Rua Silveira Martins; a segunda rota, para quem ou pela Rua João Rosa Pires, é pegar a Avenida Duque de Caxias à direita e a Avenida Júlio de Castilho.
“A situação que ocorre na Avenida Duque de Caxias é equivalente ao que vem ocorrendo em rodovias do País, e não houve autorização por parte de nenhum órgão federal”, afirmou a agência de trânsito. Nas rodovias do Estado há pelo menos três interdições em Aparecida do Taboado e Paranaíba, conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal).
