Advogado diz que deixou defesa de Jamilzinho voluntariamente 1n5b2w
Luiz Gustavo Bataglin diz ter deixado a defesa de “Jamilzinho” por conta própria, mesmo diante dos pedidos do ex-cliente para continuar o defendendo nas ações da operação Omertà 4t21n
Um dos denunciados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) em mais um desdobramento da operação “Courrier”, o advogado Luiz Gustavo Bataglin nega qualquer envolvimento com a facção criminosa citada na denúncia. A suposta ligação de Bataglin com a organização, inclusive, teria motivado a sua dispensa da defesa de Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, que está preso em Mossoró (RN). A afirmação veio do deputado estadual Jamilson Name – irmão de Name Filho – ao portal Primeira Pagina, depois que veio à tona a existência de relatório da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul apontando clima de hostilidade entre os irmãos Name.

Luiz Gustavo Bataglin, entretanto, nega que tenha sido “demitido”. O advogado diz ter deixado a defesa de “Jamilzinho” por conta própria, mesmo diante dos pedidos do ex-cliente para continuar a representação. Ao Primeira Página, o deputado estadual Jamilson Name ainda alegou que em razão dessa mudança, estaria sendo cobrado por Bataglin, que também refuta a informação.
O novo advogado de Jamil Name Filho nas ações da operação Omertà é o ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Nefi Cordeiro.
“Sobre a troca de advogado, esclarece que a contratação de Nefi Cordeiro, ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) se deu por indicação do próprio advogado, sendo que, em vez de ser substituído, permaneceu na defesa de Jamil Name Filho, atuando em conjunto, até a data de ontem (15), quando se retirou dos processos por decisão própria, apesar dos pedidos de Jamil Name Filho para permanecer”, afirma.
“Portanto, não é verdade que estivesse fazendo ‘cobranças’ a quem quer que seja, por causa do ingresso de novo defensor. Aliás, para Jamil Name Filho, que tomou pleno conhecimento de tudo que restou apurado, tais circunstância nunca foram impedimento para que continuasse a defendê-lo, sendo isso ratificado em várias ocasiões pelo próprio cliente, como fazem prova os atendimentos gravados no Presídio Federal”, disse Bataglin por meio de nota.”
Quanto às acusações de envolvimento com a facção criminosa dominante dentro e fora dos presídios de Mato Grosso do Sul, o advogado se diz totalmente inocente.
“No que se refere a supostas acusações de “prestar serviços ilegais” à facção criminosa, tem a esclarecer que nunca foi denunciado sob tais acusações perante nenhum órgão do Poder Judiciário.
Inclusive, na operação Courrier, há ações penais específicas que apuram o envolvimento de advogados com facções criminosas, sendo que em nenhum deles o defensor é acusado. Quanto a isso, a própria Ordem dos Advogados do Brasil, após analisar a ampla investigação feita pelo Ministério Público e Polícia, arquivou a apuração, isentando o defensor de qualquer participação”, completa.Diante da afirmações envolvendo seu nome, Bataglin informou que requereu no dia 15 ao Gaeco a abertura de procedimento para apurar os fatos.
Denúncia à Justiça 2g5043
Apesar da afirmação do advogado, a apuração da reportagem é de que ele figura entre as sete pessoas alvos de denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), que já virou ação penal e está em trâmite na 6ª Vara Criminal.
“Importante destacar que quem indicou os “serviços” do denunciado BRUNO GHIZZI para o denunciado MARCO ANTÔNIO ARANTES DE PAIVA foi justamente o denunciado LUIZ GUSTAVO MACIEL BATAGLIN, que já vinha associado criminosamente ao primeiro há algum tempo, com o objetivo de obter vantagens para os seus clientes durante a execução da pena”, diz trecho da peça acusatória do Gaeco, obtida pela reportagem.
Bruno Ghizzi é o advogado pivô da operação contra a “sintonia dos gravatas”, depois de ter sido descoberto usando senha de servidor público para ar dados sigilosos de um delegado da Polícia Civil. Marco Antonio Arantes de Paiva é advogado de São Paulo, que durante muito tempo foi conhecido por representar o chefe da facção criminosa surgida nos presídios daquele estado, Marcos Willians Herbas Camacho.
Ambos são réus na Courrier.
Troca conturbada 594z1i
A troca dos advogados de “Jamilzinho” teria gerado indisposição entre os irmãos, com direito até a ameaças do irmão encarcerado contra o parlamentar de MS, conforme relatório de informações enviado pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) à presidência de Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Inconformado, “Jamilzinho”teria afirmado se sentir abandonado pela família. À reportagem, no entanto, Jamilson Name negou haver clima de hostilidade com o irmão. Disse, inclusive, que tem visitado Jamilzinho quando pode. Segundo ele, uma próxima visita está em Mossoró está sendo organizada.