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Tina Turner: Guinness no Brasil, não à América e Mad Max 35l38

Algumas agens curiosas da carreira de Tina Turner, uma das mulheres mais bem sucedidas da história da música. 4c4a29

Tina Turner, apesar da genialidade, não teve atalho. Começou a carreira no mercado fonográfico nos anos 60 e só foi ter o sucesso consolidado na década de 80, vinte anos depois, quando ganhou Grammy, liderou o Hot 100 da Billboard e entrou para o Guiness Book.

Todo mundo já ouviu Tina Turner

Em janeiro de 1988, no Maracanã, no Rio, Tina Turner entrou para o livro dos recordes depois de colocar dentro do estádio 188 mil pagantes. A capacidade máxima do Maracanã em jogos é de pouco mais de 78 mil pessoas, mas, durante o show as pessoas podem se aglomerar também no gramado. Vamos fazer uma conta besta aqui: Supondo que cada ingresso custou na época, em média e em reais, uns 80 (jogando baixo tratando-se de uma superestrela internacional) Tina e sua turma faturaram com este show no Brasil mais de 15 milhões de reais só com a bilheteria.

A história conta que foi um espetáculo muito bem feito. Ela entrou no palco em cima de um carro alegórico da Beija-Flor, criado pelo saudoso carnavalesco Joãozinho Trinta e ainda cantou com Neguinho da Beija-Flor.

Tina Turner entrou para o Guiness num show no Maracanã
Tina Turner no gramado do Maracanã (Getty Images/Hogan)

Tina Turner estava pronta para ser brasileira. O público já tinha abraçado ela, ela já tinha aprendido a sambar e sua similaridade com a Alcione iria garantir que ela asse batido como uma mulher brasileira qualquer se resolvesse caminhar à paisana num domingo à tarde em Copacabana, mas, quando ela resolver abrir mão da cidadania americana, quis ser suíça.

A cantora renunciou à cidadania americana em 2013, depois de já morar há quase 30 anos em Kusnacht, na Suíca. Lá ela se casou com o produtor musical alemão Erwin Bach e conseguiu a nacionalidade suíça.

Sobre a renúncia, Tina explicou que, tirando a sua família, não tinha outros fortes vínculos com a América. Disse também que não tinha nenhum plano de morar novamente nos Estados Unidos.

We don’t need another hero! 5s6d5t

Outro capítulo interessante da história de Tina Turner e que escancara sua capacidade artistica multifacetada, foi a participação em “Mad Max 3: Além da cúpula do trovão” (1985) como atriz. Ela interpretou uma vilã que ameaçava o personagem principal Max Rockatansky, feito por Mel Gibson.

Tina Turner atuando
Tina Turner Atriz

Além da participação como atriz, Tina emplacou na trilha sonora do filme o megassucesso “We Don’t Need Another Hero”, que foi eternizado nesse cenário cyberpunk.

As vezes fico me perguntando se somos capazes de identificar galáxias enquanto elas ainda são estrelas. Será que temos em nossa volta algumas Tina Turners, algumas Rita Lees, algumas Whitney Houston e não estamos dando a atenção devida? Será que quando Tina Turner estourava com o primeiro álbum as pessoas já diziam: “Essa daí tem potencial para entrar para a história.” Eu sei que o ser humano tem uma característica que atrapalha nessa identificação. Em se tratando de música, nós sempre damos mais valor ao que já ou. As “músicas da minha época” são sempre melhores, foram mais bem elaboradas, os temas abordados eram mais importantes enquanto que as de hoje e dia são sempre efêmeras.

Acho que precisamos nos esforçar para olhar o cenário musical contemporâneo com humildade. Esse som de hoje vai ser um clássico um dia, é inevitável. Não podemos prever o intervalo de tempo para isso acontecer, mas vai acontecer. Música é uma linguagem que se adapta e acompanha o comportamento da sociedade, o pensamento do jovem, do adulto, daqueles que ditam as tendências. Precisamos separar as coisas. Você pode dizer que as músicas de antigamente te trazem sentimentos melhores, mais intensos, mas, as músicas de hoje estão lapidando os melhores sentimentos de toda uma geração e serão, num futuro próximo, as “músicas da minha época” e todo mundo vai reverenciar.

Se esforce para tentar enxergar as estrelas que se tornarão galáxias para não cair no buraco negro do ostracismo antes da hora.

Palmas para Tina Turner!

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