Músico Amambai morre aos 82 anos em Campo Grande 6x16k

O músico Amambai, da dupla Amambai e Amambaí, faleceu no fim da noite de terça-feira (3), por volta das 23h30, em casa, aos 82 anos Segundo familiares, a suspeita é que o artista tenha sofrido um infarto em decorrência de problemas de saúde.

Um dos ícones da fase de ouro da música sul-mato-grossense, Amambai fez sucesso ao entoar canções de amor e da terra, que mostravam a cultura fronteiriça da região. Com a dupla, ele mostrou a força do chamamé cantando em português e castelhano.

No livro “Os Pioneiros”, do jornalista e músico Rodrigo Teixeira, os dois falaram sobre o início da carreira. Amambaí, que faleceu em 2018, afirmou que os dois foram os responsáveis por lançar o chamamé no então Mato Grosso, antes da divisão do estado.

Já Amambai foi taxativo ao falar que ninguém conhecia o chamamé na década de 60. “Nós lançamos o estilo chamamé. Em nosso primeiro disco, de 1969, já tem. O lance do Amambay & Amambaí era a música fronteiriça! A gente apareceu cantando em português, castelhano e guarani e misturando no repertório a música paraguaia, correntina e sertaneja. Isso não existia em São Paulo, onde tinha mais moda de viola e bem caipirinha”, contou o músico.

O músico Castelo, contemporâneo de Amambai, lamentou a partida e exaltou a importância do artista.

“Eu o conheço desde o começo da minha carreira, quando eu tinha 13 anos e comecei a cantar, já ouvia falar da dupla Amambai e Amambaí, assim como Zé Correa e Dino Rocha. Conheci ele pessoalmente anos depois. Foram de grande importância para a música do estado”, frisa.

Na lista dos grandes sucessos, está “A Matogrossense”, canção que fala sobre o primeiro amor.

O velório será nesta quinta-feira (5), a partir das 8 horas, na Pax Mundial, na Avenida Pres. Ernesto Geisel, 4220. O enterro será às 14 horas, no Cemitério Santo Amaro.

Amambai, que nasceu com o nome de Ermídio Umar, deixa dois filhos, um casal, e a esposa, com quem foi casado por 56 anos.