Tamanduás-bandeiras órfãos das queimadas são soltos no Pantanal 264to

Segundo pesquisadores, mais de 17 milhões de animais foram afetados pelo fogo no bioma em 2020 6f1w21

Os tamanduás-bandeiras órfãos das queimadas, Cecílica e Darlan, retornaram ao habitat natural após quase 3 anos do fogo que devastou cerca de 26% do bioma, onde mais de 4 bilhões de animais foram vítimas. A expectativa é de todos repovoarem a região que se reergue com resiliência.

Assista abaixo a dupla sendo solta ?

(Vídeo: Proteção Animal Mundial)

A Cecília foi resgatada em agosto de 2021, quando estava pendurada ao corpo da mãe morta depois de um atropelamento enquanto ambas fugiam na busca por território seguro.

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A tamanduá é considerada um símbolo na reconstrução e possibilidade de reintrodução de espécies da fauna pantaneira.

“Quando começamos a monitorar os incêndios, começamos a entrar em contato com entidades locais que trabalham com esses resgates. Encontramos o projeto Órfãos do Fogo. É um projeto liderado pelo Instituto Tamanduá. No projeto, nós encontramos a história da Cecília, ela foi encontrada na rodovia, do lado da mãe morta. Uma vítima do fogo. Não são todos os animais que morrem queimados”, explica o representante da Proteção Animal Mundial, Roberto Vieto.

Trabalho responsável f443e

Foram 16 meses de acompanhamentos a ela e Darlan através de Organizações Não Governamentais Proteção Animal Mundial e o Projeto Órfãos do Fogo.

Tamanduás soltos
Tamanduás Cecília e Darlan explorando o local. (Foto: Reprodução/Proteção Animal Mundial)

Investimentos, trabalho responsável e especializado foram realizados para chegar até ao momento da soltura dos animais. Darlan e Cecília chegaram ainda filhotes ao Projeto Órfãos do Fogo, após a aplicação financeira da ONG Proteção Animal Mundial.

“Na soltura houve a necessidade de uma atendimento médico prévio, colocar o radio-colete, equipamento que permitirá o monitoramento por dois anos, até a soltura. Foi um momento emocionante, no fim da tarde, e realmente foi bem rápido. Cecília conseguiu avançar 3 km da área de soltura, o que coloca ela em uma característica exploratória”, relembra com entusiasmo Vieto.

O representante da ONG revelou que Cecília tinha um comportamento brincalhão, gentil e vergonhoso no recinto controlado. Inclusive, ela ganhou a primeira edição do prêmio de Personalidade Silvestre Única.

Cecília venceu! Tamanduá-bandeira que vive em MS ganha prêmio internacional (Imagem: Reprodução/Internet)
Cecília venceu! Tamanduá-bandeira que vive em MS ganha prêmio internacional. (Imagem: Reprodução/Internet)

Tamanduás exploradores 3v2m72

Darlan era o tamanduá mais evasivo e exploratório. Porém, após a soltura, Cecília foi quem andou mais para reconhecer o novo habitat. “Assim que os dois saíram, amos a acompanhar pelos coletes. O Darlan era mais evasivo, exploratório e desinibido, e ficou perto do recinto. A Cecília era o contrário, mas foi explorar logo”, declara.

“No futuro, com a Cecília e Darlan temos mais dois anos de monitoramento. Por outro lado, vamos continuar com uma campanha forte de conscientização. As nossas escolhas, nossos consumos, podem gerar um prejuízo grande para o nosso meio ambiente. Devemos fazer um consumo consciente”, alerta Vieto.

A dupla de tamanduás serão monitorados com o auxílio de rádio-colar por 2 anos. Dessa forma, as equipes conseguirão avaliar o sucesso da reabilitação e se a fêmea procriou.

Além de olhar para o indivíduo, o equipamento serve como instrumento de pesquisa, ajudando a entender os comportamentos naturais e deslocamento em vida livre.

Conforme os protetores, foi um longo período e cheio de novidades até que Cecília e Darlan retornassem ao Pantanal. Todo o processo de reabilitação foi feito em um base montada pelo Programa Órfãos do Fogo e custeados pela Proteção Animal Mundial.

TAMANDUAS SOLTOS
Tamanduás são órfãos das queimadas no Pantanal. (Foto: Reprodução/Proteção Animal Mundial)

“Foram vários filhotes que chegaram ao recinto. Ao todo, 50 filhotes de tamanduás-bandeiras foram resgatados vítimas do fogo em 2021 pelo projeto. A questão da reabilitação é uma parte muito importante. Neste momento monitoramos a alimentação e estimulamos os animais aos comportamentos naturais”, detalha Vieto.

Muitos profissionais, como biólogos e especialistas na vida silvestre, foram responsáveis por acompanhar os os de Cecília e Darlan. O primeiro estágio foi o contato humano com os animais. Assim que a recuperação avançou, os métodos de reabilitação foram remodelados.

“O time de biólogos que faz parte do instituto estava encarregado de fazer este monitoramento de estimular comportamentos naturais dos tamanduás-bandeiras. Depois de um tempo, os animais foram ativados para forragear, explorar território, procurar alimentos e avançar na vida natural”, diz Vieto.

Estímulo e vínculo humano 4h5w4g

O estímulo dos animais com a própria espécie também foi importante e destacado nos processos de reabilitação dos dois. Conforme os estágios avançavam, o vínculo humano desaparecia.

“Mesmo nas primeiras etapas precisando de um manejo mais próximo dos animais, por exemplo com os filhotes que às vezes mamam na mamadeira, chega um momento onde queremos estimular a interação de indivíduos da própria espécie. Não queremos o vínculo com as pessoas, humanos, queremos o contato com outros tamanduás. Próximo ao período da soltura, os tamanduás am por um recinto de imersão, onde simulam as características do habitat natural, sejam as boas e as ruins. Isso tudo é um processo”, comenta Vieto.

“Foi um esforço de conservação muito grande feito entre a parceria. O tamanduá bandeira é uma espécie ameaçada de extinção. Esse esforço de voltar a natureza é super importante para manter uma população saudável no Pantanal Sul”, finaliza o ambientalista.

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