Pesquisadores de MS transformam guavira em perfumes, cremes e até sabonetes 1q2o5o

Óleo essencial e o extrato obtidos da guavira são ricos em propriedades antioxidantes 4d1334

Pesquisadores de Mato Grosso do Sul fizeram o pedido da primeira patente para aplicação do óleo essencial da guavira na produção de cosméticos. A iniciativa busca transpor toda a riqueza de sabores e aromas da fruta que é marca registrada do Cerrado para perfumes, cremes e sabonetes.

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Pesquisadores que atuam na pesquisa com guavira. (Foto: Leandro Benites)

O estudo é realizado com apoio da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia).

Propriedades naturais 4n4i1m

Coordenadora do projeto a doutora Nídia Cristiane Yoshida, do Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais Bioativos do Instituto de Química da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), conta que além do aroma agradável, o óleo essencial e o extrato obtidos da guavira tem se mostrando ricos em propriedades antioxidantes, emolientes e em substâncias clareadoras, o que chamou atenção para seu uso em cosméticos.

Foram dois anos de pesquisa para obter um produto viável. De cada quilo de cascas e sementes, os pesquisadores conseguiram extrair cerca de 5 mililitros de óleo essencial que está sendo testado em sabonetes, perfumes, aromatizadores, cremes e até produtos capilares.

A equipe também estuda uma forma de utilizar o hidrolato, um subproduto do processo de hidrodestilação. A pesquisa com a guavira começou como parte de um estudo mais abrangente que busca novas fragrâncias e bioativos nos frutos do Pantanal e do Cerrado.

Outras frutas 531x47

Além dela, foram selecionados acuri, envira preta e bocaiúva para obtenção de óleos essenciais, óleos fixos e extratos que am por análises de composição química e avaliação de propriedades biológicas. 

“O patenteamento foi uma etapa fundamental por nos permitir registar todo o processo de produção dos fitocosméticos, além de proteger a invenção, de modo que a comunidade científica envolvida no estudo possa participar das decisões acerca do processo produtivo, caso esses resultados se tornem produtos de prateleira para o consumidor”.

Nídia Cristiane Yoshidam, coordenadora da pesquisa.

Segundo o diretor-científico da Fundect, Nalvo Franco de Almeida Júnior, o projeto é uma prova do potencial da bioeconomia do estado.

“Estabelece um modelo econômico mais justo e robusto, capaz de suprir as demandas atuais sem prejudicar as futuras gerações, o que é essencial para promover o desenvolvimento econômico sustentável. E o depósito de patente não apenas protege os interesses do pesquisador ou da instituição, mas também estimula a inovação, atrai investidores e facilita a transferência de tecnologia”.

Diretor-científico da Fundect, Nalvo Franco de Almeida Júnior.
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Frutos da guavira. (Foto: Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul)

Trabalho em equipe 535s5m

Participam do projeto a doutora Érica Luiz dos Santos, especialista em Química de Produtos Naturais e os alunos de iniciação científica Andrielly Cristina Santana, acadêmica de engenharia química; Juliana Mendes Franco Siqueira, acadêmica de farmácia e Francisco Bitencourt Ottoni, estudantes da UFMS e bolsistas da Fundect. 

O estudo também foi inserido na Trilha Rupestre, um programa da UFMS, também fomentado pela Fundect, que visa o fortalecimento cultural, turístico e econômico entre os municípios sul-mato-grossense do corredor ecológico Cerrado-Pantanal.  

A primeira experiência no projeto foi uma oficina de sabonetes com mulheres de Alcinópolis, município onde estão localizados importantes sítios arqueológicos de Mato Grosso do Sul. O destaque foi o uso de fósseis encontrados na região para dar formas inusitadas aos produtos.

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