Ministras sobrevoam áreas devastadas pelo fogo no Pantanal em MS 5a65b
Segundo o governo federal, não vão faltar recursos para atender o bioma; 688 mil hectares já foram queimados este ano, o equivalente a 4 vezes o tamanho da cidade de São Paulo 1v3i20
A sexta-feira (28) foi de dia encoberto em Corumbá, a 414 quilômetros de Campo Grande. No lugar das nuvens, a fumaça tomou conta da cidade. O cenário que a população convive há um mês foi o que recepcionou as ministras do Meio Ambiente, do Planejamento e o governador do estado. A comitiva fez um sobrevoo de helicóptero para avaliar a situação.

Já são 688 mil hectares queimados, este ano, no Pantanal. O equivalente a 4 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Segundo o governo federal, não vão faltar recursos para atender o bioma.
“No Ministério específico do Meio Ambiente, já liberamos agora, na semana ada, mais R$ 100 milhões. E o que virá, nós estamos aguardando desses outros seis ministérios o pedido extra daquilo além do que já está gastando para a gente criar um crédito extraordinário se houver necessidade.”
Simone Tebet, ministra do Planejamento.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, reforçou a tese de que a causa dos incêndios é humana.
“A climatologia está afirmando que não são incêndios causados por raio. É por ação humana. Já está comprovado que municípios que mais desmatam são os que mais têm incêndios nesse momento. No caso de Corumbá, nós tivemos um aumento de 50% e o município está respondendo por 50% dos incêndios que temos agora. Cerca de 85% dos incêndios que temos agora estão ocorrendo em propriedades privadas.”
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente.
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou a necessidade de usar os recursos disponíveis de maneira eficaz. “A coordenação é fundamental para o resultado, até para usar o recurso de maneira eficiente.”
Em Ladário, uma sala na Marinha abriga um comitê de crise da Polícia Federal que vai investigar o ponto de ignição dos incêndios por meio da análise de imagens de satélite.
O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Carlos D’Angelo, explicou que eles conseguem identificar o local exato da origem dos incêndios. “Identificado esse local preciso do início do fogo, equipes periciais serão lançadas no local para iniciar o trabalho técnico de identificação do tipo do fogo e de quem, eventualmente, tenha colocado esse fogo no local. Identificando, esse sujeito terá que ser responsabilizado – quer seja pelo dolo de colocar fogo, quer seja por culpa, por manejo irregular do fogo. Até mesmo um dolo eventual. Ele assumiu o risco de perder o controle do fogo e o fogo se espalhou por toda a região.”
Pela manhã, 42 agentes da Força Nacional entraram no combate. Outros 42 devem começar a atuar no fim de semana junto às equipes do Ibama e do Corpo de Bombeiros.
Outro reforço é o KC-390, da Força Aérea Brasileira, adaptado com sistema para lançar até doze mil litros de água sobre as chamas por viagem. Ele se soma à frota de aviões e helicópteros que já estão em operação.