Mais de 25% do ouro ilegal do país é extraído em MT 2b3x4
Dados foram divulgados pelo Instituto Escolhas 1f5b17
Uma pesquisa do Instituto Escolhas apontou que mais de 25% do ouro comercializado no país de forma ilegal é extraído em Mato Grosso. O levantamento foi divulgado nessa quinta-feira (10).
O estudo aponta ainda que o estado possui áreas protegidas onde a extração de ouro e de outros minérios é proibida, mas que, de acordo com a pesquisa, são exploradas ilegalmente.

Inclusive, nessa quinta-feira, a Justiça de Mato Grosso suspendeu os efeitos de uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governo do estado, em que algumas cláusulas davam a entender que a exploração garimpeira e mineral, em áreas de Reserva Legal, estava permitida.
Do volume total de ouro com indícios de ilegalidade da Amazônia, 26% é de Mato Grosso e 24%, do Pará. Extrações de minério estão sendo realizadas de forma ilegal em áreas protegidas, principalmente a Terra Indígena Sararé e a Kayabi, que fica na divisa com o Pará.
Desde dezembro do ano ado, a comunidade Sararé está sendo monitorada pela Força Nacional para evitar invasões e, consequentemente, o desmatamento e atividades ilegais de garimpos.

Pesquisa do ouro 1o4f5q
A pesquisa analisou mais de 40 mil registros de comercialização de ouro e imagens de extração entre 2015 e 2020.
Nos últimos seis anos, 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade foram comercializadas no país. Isso corresponde a 47% do ouro total.
A produção total estimada foi de 487.588 quilos e em 2020 houve a maior quantia extraída, 91.953 kg.
O Instituto Escolhas disse que quatro empresas são responsáveis pela compra de ouro de garimpos na Amazônia e 87% das operações são duvidosas. Três delas já fizeram parte de ações judiciais recentes do Ministério Público Federal (MPF) que pedem a suspensão de suas atividades.
O estudo confirmou ainda que essas empresas autorizadas a funcionarem pelo Banco Central, possuem vínculos empresariais e familiares por toda a cadeia do ouro. Os elos encontrados incluem ainda empresas de refino, de transportes, de exportações, entre outros.
Em 2020, a Índia, sexto maior comprador de ouro do Brasil, importou ouro de uma empresa que possui indícios de ilegalidade na comercialização do metal. Além do caso indiano, outros países que compram ouro do Brasil são o Canadá, a Suíça e o Reino Unido.

Combate ao crime 736m36
O estudo ainda traz formas de combater as irregularidades do minério. De acordo com o Instituto, é preciso que o Brasil adote um sistema obrigatório de rastreabilidade da origem do ouro e os países importadores também precisam exigir esses sistemas.
Outra medida importante é a necessidade de acabar com os benefícios conferidos por lei aos garimpos. O documento diz que os garimpos são organizações industriais e precisam ser tratados como tais.
Além disso, é preciso alocar recursos para a fiscalização da extração e do comércio de ouro, para o combate aos crimes e acabar com as operações em Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
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