Jatobá caiu após chuva, mas fixou as raízes na memória de comunidade 3i542

Quando o filho tinha apenas quatro anos era em volta do pé de jatobá que Marinalva o levava para ear. Foi na sombra gostosa da árvore que vários vizinhos fizeram zumba. E quando as aulas da creche terminavam, as mães se reuniam ali, para conversar e deixar as crianças correrem um pouco na praça que recebeu o mesmo nome dele.

Na tarde desta terça-feira (16), a grande árvore majestosa caiu, expôs as suas próprias raízes e as lembranças de toda a comunidade do entorno da Praça do Jatobá, no bairro Rita Vieira.

“O meu filho tem 19 anos e nós nos mudamos para lá quando ele tinha apenas quatro. Era o eio dele, como de tantas crianças do bairro naquela praça. Eles cresceram ao redor do pé de Jatobá”, relembra a funcionária pública, Marinalva Souza da Silva, 46 anos.

O jatobá é uma árvore encontrada em vários estados brasileiros e costuma gostar de solos mais secos. O nome popular vem do tupi, “va-atã-yba”, que significa “árvore de fruto duro” e pode chegar até 20 metros de altura em matas do Brasil Central.

Marinalva não sabe quanto tinha o pé da Praça do Jatobá, só que sua sombra era a melhor da rua.

“Quando a Prefeitura começou aquele projeto com aulas de zumba, nós fazíamos embaixo do pé do jatobá, porque era uma sombra muito grande. Ele era um pé muito grande. Então, assim, tudo era embaixo do pé, na praça do jatobá, era a referência para todo mundo”, frisa.

Quando recebeu a mensagem no grupo do bairro que a árvore tinha ido ao chão, ela sentiu como se alguém muito importante tivesse partido.

“Colocaram no grupo do bairro que o pé tinha caído e eu senti assim, uma tristeza na hora tão grande, era como se alguém que eu gostasse tivesse partido, claro que não com a mesma intensidade de um pai ou de uma mãe, mas de alguém querido, alguém que você gosta, que fez parte da vida dos seus filhos, da sua história naquele lugar ali, sabe">Quero deixar minha opinião!