Ironia ambiental: seca faz rio Perdido virar terra em MS 5l5o33

A imagem é de desolação. Às margens antes cheia de água e vida, hoje são apenas um buraco vazio, um caminho de terra; é exatamente esse o cenário do Rio Perdido, uma das bacias que corta o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, em Caracol. Há três dias, parte do rio secou completamente na região do município que fica 372 de Campo Grande.

As imagens foram gravadas pelos moradores da região, que fica a 30 quilômetros da cidade.

Diego Vilhalva, de 37 anos, é um deles. Trabalha em uma fazenda há poucos metros do rio, mora na mesma região quase a vida toda e nunca viu o Perdido nessa situação.

“Faz uns três dias que tá completamente seco”.

Segundo Diego, a rio foi secando aos poucos, ano a ano, até o fluxo de água ser completamente interrompido. “Tem pontos com água ainda, mas não flui mais”.

A ponte que um dia serviu de agem segura sobre o rio, que segundo Diego sempre transbordava das margens nas épocas de cheia, dão a dimensão do deserto que a área de transformou. Para quem ou a vida as margens do Pedido, a sentimento é de tristeza profunda, não só pela seca, mas pela vida que se vai a cada dia. “Os peixes estão morrendo por falta de oxigênio. É muito triste”.

Há pouco mais de um ano, a cena na região era completamente diferente. O rio corria forte e cheio. Como nas imagens feitas em fevereiro do ano ado por Ramão, que trabalha na fazenda Santa Emília da Guanabara.

“Está secando o rio desde o fim do ano ado. Os peixes estão morrendo. Para mim, o problema é a falta de chuva”.

Ramão

Aviso antigo 1me3x

Apesar dos dias sem chuva contribuírem, e muito, para a seca do rio, os problemas no Perdido são antigos. Desde 2019 o IHP (Instituto do Homem Pantaneiro) avisa sobre a drenagem das águas e o risco de assoreamento.

O Perdido nasce em duas fazendas da região de Bonito e na época, era exatamente nesse ponto em que o rio era drenado. O levantamento mostrou ainda que a intervenção humana poderia aumentar os bancos de terra em meio ao rio.

Cinco anos depois, os moradores presenciam a seca do rio.