Governo cria Sala de Situação para prevenir desmatamento e incêndios no Pantanal 5y34p
O Rio Paraguai, que é a principal bacia do bioma, já registra seca recorde: está mais de 2 metros abaixo da média 124l41
O Governo Federal criou uma Sala de Situação para acompanhar e prevenir o desmatamento e incêndios no Pantanal e na Amazônia. A iniciativa, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem o objetivo de monitorar os dois biomas. O anúncio foi durante a primeira reunião realizada nesta segunda-feira (17).

A sala será coordenada pela Casa Civil e contará com a atuação dos ministérios do Meio Ambiente, Integração, Defesa e Justiça. Ao todo, 19 ministérios atuarão nas ações contra desmatamento, incêndios e seca nos biomas.
“Essa sala de situação não trata apenas da questão dos incêndios, mas também da seca. Portanto, é uma Sala de Situação, com certeza, prolongada”, afirmou Marina Silva.
Na ocasião, os coordenadores discutiram a simplificação na contratação de equipe de brigadistas e equipamentos, além da possibilidade de recursos extraordinários para enfrentar a crise.

Este ano, a temporada de incêndios no Pantanal, que começa em julho, chegou mais cedo. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os focos de incêndio nos primeiros meses de 2024 aumentaram mais de 1000% em comparação ao mesmo período de 2023.
De acordo com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em Mato Grosso, onde fica 40% do bioma, houve 495 focos de incêndio em 2024.
Enquanto isso, o rio Paraguai, que é a principal bacia do bioma, já registra seca recorde: está mais de 2 metros abaixo da média.
“A gente nunca teve fogo no primeiro semestre no Pantanal. No primeiro semestre do ano, o Pantanal sempre esteve embaixo d’água. Pela primeira vez a gente está com Pantanal completamente seco no primeiro semestre”, destaca o deputado federal Rodrigo Agostinho.

Ajuda internacional 3l5936
Por meio de uma carta, organizações da sociedade civil solicitaram ao Ibama e aos governos estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, propondo a busca de auxílio internacional através do CCRE (Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia) para o enfrentamento da seca e dos incêndios florestais no Pantanal.
O documento é assinado por mais 30 organizações que integram o Observatório Pantanal, coletivo de iniciativas atuantes em prol de questões socioambientais na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai na Bolívia, Brasil e Paraguai.

A carta detalha que o bioma tem sofrido com a recorrência de incêndios florestais catastróficos, como os que destruíram quase um terço de sua área em 2020, e afirma que em 2024 a situação se agrava novamente, com novos focos de calor sendo registrados já no início da estação seca.
O documento foi enviado na última quinta-feira (13).
Combate ao fogo 6k2o1r
Nesta segunda-feira (17), 29 bombeiros militares já combatem dois incêndios no Pantanal, nas proximidades de Porto Conceição, região de divisa entre Cáceres e Poconé, e da Fazenda Cambarazinho, em Poconé. Em Porto Conceição, o Corpo de Bombeiros conta com apoio de brigadistas do ICMBio.
O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), em Cuiabá, monitora os dois incêndios com satélites para orientar as equipes em campo.

Além da operação, nesta segunda-feira se inicia o período proibitivo do uso do fogo no Pantanal. O período, previsto para 1º de julho, foi antecipado em duas semanas em razão das condições climáticas da região, com agravamento da estiagem nos próximos meses.
Um novo decreto deve ser publicado no Diário Oficial do Estado ainda nesta segunda.