Enquanto Pantanal queima, moradores sobrevivem em meio a cortina de fumaça 4l3g1e

Há 15 dias, corumbaenses tentam lidar com o calor, o ar seco e a fuligem que invade as casas s685s

O Pantanal queima. Sem controle, a vegetação é consumida pelo fogo e além da dor em ver o maior planície alagada do mundo em chamas, os moradores de Ladário e Corumbá – cidade que fica a 413 quilômetros de Campo Grande – convivem com a fumaça e a fuligem, que há mais de 15 dias fazem parte da rotina.

Imagens: Ederaldo Militão

Leia mais n1u6n

  1. Devastação do fogo no Pantanal já supera tragédia de 2020 6n17b

  2. Bastidores da notícia: equipes enfrentam fogo e veem Pantanal consumido f4r

Nos fins de tarde na cidade pantaneira, a paisagem fica completamente coberta pela fumaça. Durante o dia, os moradores tentam lidar com o calor, o ar “rarefeito” e a fuligem que invade as casas insistentemente. Veja vídeo gravado em Ladário:

Monica Salustiano Luchner mora em Corumbá e segundo ela, os dias são assim há, pelo menos, duas semanas.

“Está bem complicado porque a cidade está encoberta pela fumaça, muita fuligem em tudo, calor. Parece uma estufa. Até os animais estão sofrendo, saio com os meus cedinho que tá menos pior. Hoje, graças a Deus o vento mudou a direção, então até o momento o céu tá azul”.

Monica Salustiano

Em um dos postos de combustíveis da cidade, os funcionários optaram por trabalhar de máscara, uma tentativa de melhorar o ar que respiram.

“Dá ardência nos olhos, fica vermelho, tá difícil até para a gente respirar. A gente tá atendendo, falando e tá difícil”.


Alexandre Rolon, frentista
fumaca corumba
Cidade completamente coberta pela fumaça (Foto: Monica Salustiano Luchner)

Além do fogo constante, os moradores sofrem com o tempo seco. A última chuva registrada em Corumbá foi no dia 19 de maio, apenas 1,8mm. Se for falar em volume significativo, o tempo é ainda maior, 11 de abril, com 27,8mm. Depois disso, só calor e fogo.

As consequências são sentidas na pele. Em um dos hospitais da cidade a média de atendimento nos meses de maio e junho é de 410 consultas, mas neste ano, subiu para 1.594 por conta das doenças respiratórias. De acordo com o clínico geral Lauther Serra, o aumento está diretamente relacionado a fumaça.

“A fumaça causa isso. A fumaça piora qualquer bronquite. Causa infecção nasal, infecção ocular”

Lauther Serra

Para os próximos dias, não há previsão de chuva, ou qualquer mudança no tempo.

FALE COM O PP 6s423v

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Leia também em Meio ambiente! 5e4037

  1. Tangará da Serra recebe plano inédito de emergência contra queimadas e enchentes 584958

    A Defesa Civil do Estado entregou oficialmente o Plano de Contingência (PLANCON) para Tangará...

  2. O desmatamento ilegal subiu 39%, com 209 casos — a maior parte deles na Amazônia Legal, onde Mato Grosso está inserido. Imagem ilustrativa. (Foto: Mayke Toscano/Secom-MT)

    36 cidades de MT aderem a programa de combate a incêndios na Amazônia h72m

    Trinta e seis municípios de Mato Grosso, localizados na região da Amazônia,...

  3. O plantio dos ipês ocorrerá nesta sexta-feira (28), no Parque Tia Nair, região do Jardim Itália, em Cuiabá. (Foto: Reprodução/MPMT)

    Ipês retirados do Parque Tia Nair em Cuiabá serão replantados no Parque da Família 6o3l62

  4. A chuva que voa: os rios invisíveis que nascem na Amazônia o273n

    O ponto de observação é lá no alto. A 50 metros do...

  5. Desnutrição e doenças respiratórias causam mortes de indígenas em MT, diz denúncia 6g425z

    A morte de um bebê de um ano, uma gestante e uma...

  6. Do veneno à cura: sapo cururu do Pantanal revela substâncias com potencial contra o câncer a521d