Avanço na produção de energia limpa aumenta demanda por biomassa em MT 3q4i
Mato Grosso possui um enorme potencial na geração de biomassa devido ao clima favorável, terras propícias e qualidade hídrica 5c5l4z
Mato Grosso se prepara para uma expansão na produção de energia limpa, à medida que a instalação de novas plantas de etanol de milho e o crescimento da indústria impulsionam a demanda por biomassa.

A biomassa proveniente de fontes orgânicas vegetais, como o cavaco de madeira, resíduos de serrarias, eucalipto, palha de arroz, capim e bagaço de cana, é essencial para alimentar as caldeiras das fábricas, tornando-se a principal fonte de energia limpa na região.
Para garantir o fornecimento contínuo de biomassa às indústrias, a Sedec (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico) lançou o Fundo de Desenvolvimento Florestal do Estado de Mato Grosso em 2021, que permite que os produtores rurais paguem a taxa de reposição florestal, obrigatória quando há supressão de vegetação nativa.
Até o momento, foram emitidos 530 certificados de Taxa de Reposição Florestal.
O objetivo principal do fundo é fornecer matéria-prima de forma sustentável e permanente para a indústria madeireira, bem como para outros consumidores que utilizam biomassa florestal energética.
Mato Grosso possui um enorme potencial na geração de biomassa devido ao clima favorável, terras propícias e qualidade hídrica.
Integração lavoura-pecuária-floresta 4u5tl
A integração lavoura-pecuária-floresta também é uma estratégia importante para reduzir as emissões de gases de efeito estufa pela agropecuária local, como parte do Plano ABC+.
O plano prevê que o estado alcance a marca de 1,3 milhão de hectares no sistema integrado com florestas e produção de alimentos, além de 285 mil hectares de florestas.
O Conselho Gestor do Fundo Floresta é responsável por determinar como os recursos serão aplicados. Três prioridades para o uso dos recursos do fundo são oferecer linhas de crédito para o desenvolvimento florestal em propriedades com Cadastro Rural Ambiental analisado pela Sema, transferir tecnologia por meio de eventos como o Dia do Campo ou investir em pesquisas florestais.
O uso de biomassa proveniente de manejo florestal sustentável pelas indústrias, especialmente após a implementação das usinas de etanol de milho, trouxe uma solução inovadora para o setor, pois transformou o cenário da indústria madeireira de floresta nativa.

Cavaco de madeira 4t6x4
Desde 2017, a produção de cavaco de madeira tem aumentado anualmente. Em 2022, foram produzidos 3,5 milhões de m³ de cavaco, um crescimento de 54,5% em relação a 2021. Nos primeiros cinco meses de 2023, já foram produzidos 1,7 milhões de m³.
Em 2010, a cidade de Marcelândia enfrentou uma tragédia devido à falta de utilidade dos resíduos de serraria, resultando em um incêndio que destruiu 80% das empresas madeireiras e causou prejuízos significativos.
O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada) projeta um aumento na demanda por biomassa à medida que a safra 2021/2032 atinja 144 milhões de grãos. A indústria de etanol de milho, como a FS Bioenergia, é uma das principais impulsionadoras dessa demanda.
A FS Bioenergia, que possui três plantas no Estado, tem planos de expandir suas operações em Mato Grosso. A empresa já consome cerca de 8,4 mil hectares de florestas plantadas (eucalipto e bambu) para alimentar suas três fábricas. A biomassa utilizada é proveniente principalmente de eucalipto (53%), resíduos da indústria madeireira e palha de arroz (39%) e bambu (8%).