Conheça obras da 1ª escritora negra no Museu de Literatura Brasileira 591h2o
Arquivo reúne obra e documentos pessoais como cartas e manuscritos de nomes importantes da cultura brasileira 361x3e
A escritora Conceição Evaristo realizou, nesta quarta-feira (13), a doação de seu acervo ao AMLB (Arquivo-Museu de Literatura Brasileira) da Fundação Casa de Rui Barbosa. Com isso, ela se torna a primeira autora negra a ter suas obras preservadas neste espaço da memória literária nacional.

O convite foi feito por Alexandre Santini, presidente da Fundação, que destacou o significado histórico da inclusão da obra de Conceição no acervo, reconhecendo sua importância para a cultura brasileira.
O acervo do AMLB 6c3w6l
Criado em 1972, por inspiração de Carlos Drummond de Andrade, o AMLB reúne documentos pessoais e obras de alguns dos maiores nomes da literatura brasileira.
Entre os mais de 150 acervos preservados estão correspondências, manuscritos, rascunhos e outras memórias de autores como Cruz e Sousa, Manuel Bandeira, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Maria Clara Machado.
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A chegada do acervo de Conceição Evaristo representa um marco na valorização da literatura negra e reafirma o papel do AMLB como guardião de vozes plurais que moldam a identidade cultural do Brasil.
As obras de Conceição não apenas retratam as lutas e resistências da população negra, mas também inspiram futuras gerações a enxergarem na literatura um espaço de transformação social.
Conceição Evaristo 2r6kf
Conceição Evaristo é um dos nomes mais importantes da literatura brasileira contemporânea, com obras que exploram ancestralidade, identidade negra e desigualdades sociais.
De origem humilde, nasceu em Belo Horizonte e migrou para o Rio de Janeiro nos anos 1970, onde trabalhou como empregada doméstica enquanto cursava Letras na UFRJ.
Posteriormente, tornou-se mestre em Literatura Brasileira pela PUC-Rio e doutora em Literatura Comparada pela UFF.
Sua trajetória literária começou em 1990, ao participar da série Cadernos Negros, e desde então suas obras vêm sendo traduzidas para idiomas como inglês, francês, espanhol, árabe, italiano e eslovaco.
Em 2019, recebeu o título de Personalidade Literária do Ano pelo Prêmio Jabuti.
Obras da escritora Conceição Evaristo 5t5h43
Ponciá Vicêncio (2003) 1f1f6c

Neste romance de estreia, a autora narra a trajetória de Ponciá, explorando as memórias e os desafios que moldam sua identidade.
A história tece um diálogo entre ado e presente, conectando heranças familiares e experiências pessoais de dor e superação.
Becos da Memória (2006) 593h6o

Um dos romances mais impactantes da literatura brasileira contemporânea, aborda a vida de personagens que enfrentam diariamente o preconceito, a fome e a desigualdade. Com uma escrita sensível e poderosa, a autora dá voz aos marginalizados e expõe a complexidade humana de forma magistral.
Poemas da Recordação e Outros Movimentos (2008) 6n1y4f

Uma coletânea de poesias que mistura crítica social, emoção e experiências pessoais. Os versos abordam temas como pobreza, dor, amor, religiosidade e a luta por justiça, mostrando o alcance poético de Conceição.
Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011) 3m2g30

Os contos deste livro revelam as histórias de mulheres negras marcadas por desafios e superações. A obra destaca os laços de solidariedade e resistência feminina, reafirmando o protagonismo das mulheres na literatura brasileira.
Olhos D’Água (2014) 3k3a36

Composto por 15 contos que narram vidas silenciadas pelo racismo, desigualdade de gênero e pobreza.
Com uma escrita envolvente, a autora explora as dores e os sonhos de seus personagens, trazendo reflexões profundas. A obra foi premiada com o Jabuti de Contos e Crônicas em 2015.
Histórias de Leves Enganos e Parecenças (2016) 475i6h

Nesta obra inovadora, Conceição mergulha no insólito, abordando temas como a instabilidade política e as complexidades das relações humanas.
Com contos e uma novela, a autora experimenta novas possibilidades narrativas sem perder sua força crítica.
Canção para Ninar Menino Grande (2018) 1i40k

Um livro que combina afeto e dor ao discutir a masculinidade negra por meio do personagem Fio Jasmim. A obra reflete sobre as contradições dessa vivência e os impactos nas relações com mulheres negras.