Taxa de abandono de crianças de até 9 anos em MT é a maior do país 3x1w43
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, Mato Grosso registrou a maior taxa de abandono de crianças de até 9 anos do país. Os dados são referentes a 2020 e 2021, e aumentaram 17% no último ano.

No estado, foram 426 registros de menores abandonados, de até 17 anos, em 2020, Já em 2021, foram 502 na mesma faixa etária. Os crimes de abandono de incapaz de menores de 18 anos indicam situações em que a criança ou o adolescente sofre algum tipo de negligência, normalmente dos pais ou responsáveis diretos.
Mato Grosso tem a taxa mais alta entre as crianças até 4 anos. Em 2021, foram 58,4 crianças abandonadas a cada 100 mil habitantes. O índice é o maior do país. Em segundo lugar ficou Roraima, com 50,9. O estado que tem o menor índice é Ceará, com 2,1.
Entre as crianças de 5 a 9 anos, o índice mato-grossense também foi o maior: 67 abandonos a cada 100 mil habitantes no ano ado. O estado com o menor índice foi, mais uma vez, o Ceará, com 1,7.
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Ou seja, foram 117,9 crianças de até 9 anos abandonadas a cada 100 mil habitantes, o que representa o maior índice do Brasil. O Ceará, também com a menor taxa, registrou 3,8 abandonos.
Já na faixa etária de 10 a 14 anos, o estado ficou em 5º lugar, com taxa de 47 a cada 100 mil, estando atrás de: Amapá (60), Santa Catarina (52), Roraima (49) e Mato Grosso do Sul (48). Paraíba ficou com a menor taxa, registrando uma criança abandonada a cada 100 mil habitantes.
Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, Mato Grosso ficou também em 5° lugar, atrás do Amapá (20,5), Mato Grosso do Sul (20), Roraima (18,9) e Santa Catarina (18,4).

Segundo a pesquisa, é possível entender que a alta tenha se dado com a retomada dos registros após o período de subnotificações observado em 2020, em razão das medidas de isolamento social decorrentes da pandemia da Covid-19.
A análise dos registros por idade indica que as maiores taxas estão nas faixas entre 10 e 14 anos, que tiveram aumento de 22,6%. Em seguida estão as demais faixas etárias: 0 a 4 anos (19,8%) e 5 a 9 anos (19,8%). O número de adolescentes de 15 a 17 anos foi o único que teve uma redução: -8,2%.
O anuário aponta que as principais vítimas têm mais de 4 anos e menos de 15 anos.