Servidora da ALMT é conduzida à PF em operação contra venda de sentenças 1r3p4r
Alice Terezinha Artuso foi conduzida à sede da PF, em Cuiabá, após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua casa, quando os policiais encontraram cetamina 5u3b39
A servidora da ALMT (Assembleia Legislativa de Mato Grosso), Alice Terezinha Artuso, é alvo da Polícia Federal na 2ª fase da Operação Sisamnes, nesta sexta-feira (20).
Ela foi conduzida à sede da PF, em Cuiabá, após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua casa, quando os policiais encontraram cetamina, um anestésico que, se utilizado fora do ambiente hospitalar e sem supervisão médica, pode causar depressão respiratória e até matar.
Por causa da droga, foi firmado um termo circunstanciado nesta sexta-feira por tráfico ilícito e uso indevido de drogas e posse de drogas para consumo pessoal, crimes previstos no Código Penal.

Alice trabalhou no Tribunal de Justiça durante alguns anos e atualmente trabalha como gerente de manutenção na ALMT, com salário de R$ 9.311,76.
Na 2ª fase da Operação Sisamnes, nesta sexta-feira (20), a Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão, afasta servidores do Poder Judiciário, proíbe contato e saída do país, recolhe aportes. Também foram bloqueados R$ 1,8 milhão dos investigados e sequestrados imóveis adquiridos pelo desembargador João Ferreira Filho. Ele teria aceitado um suborno para proferir uma sentença injusta.
A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo as investigações, foram detectadas sucessivas operações imobiliárias suspeitas promovidas pelos investigados, com aparente propósito de dissimular a origem ilícita do dinheiro utilizado para financiar a compra de imóveis residenciais e de veículos.
A operação tem o objetivo de investigar o crime de lavagem de dinheiro decorrente do esquema de venda de decisões judiciais revelado com a deflagração da 1ª fase, em 26 de novembro.
Operação Sisamnes 2j3o43
Em agosto, os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados das funções no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT), por suspeita de envolvimento em vendas de decisões judiciais. A PF também prendeu o lobista Andreson Gonçalves, apontado como intermediário das vendas.
As investigações apontam para um suposto esquema de venda de decisões judiciais, envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados.
De acordo com as apurações, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses.
Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.
Por determinação do STF, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, afastamento das funções públicas de servidores e membros do Poder Judiciário, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
A investigação teve início a partir de dados encontrados no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, que indicavam a existência de vantagens financeiras indevidas e presentes de alto valor entregues aos magistrados em troca de decisões favoráveis.