Para promotor, versões do assassino de Grazi são ofensivas à inteligência humana 2z6x6e
Rômulo disse que o sangue encontrado em seu veículo, uma das provas do feminicídio, seria resultado de um acidente de trabalho envolvendo a vítima 1i613d
O promotor de Justiça Douglas Oldergado declarou, durante julgamento realizado nesta sexta-feira (11), que as versões apresentadas pelo técnico de enfermagem Rômulo Rodrigues Dias para explicar a morte da mulher Graziela Pinheiro Rubiano são “ofensivas à inteligência humana”, reforçando que o fato de o corpo não ter sido encontrado não anula outras provas do crime.
“Ofensivas à inteligência humana. Ofensivas à nossa compreensão. Ofensivas à memória da vítima”, declarou o promotor sobre as versões apresentadas por Rômulo. Dentre elas, a de que o sangue encontrado em seu veículo, uma das provas do feminicídio, seria resultado de um acidente de trabalho envolvendo a vítima.
Durante o julgamento, o promotor relembrou outros casos de homicídio em que réus foram condenados mesmo sem o corpo da vítima ter sido localizado.
“Não tínhamos não porque não havia morte, mas porque a ocultação de cadáver havia sido perfeita. É o caso que nós temos hoje”, declarou o promotor.
Oldegardo reforçou que este crime foi motivado pela condição do sexo feminino. Matou porque descobriu a traição e, ao invés de largar a mulher, ceifou sua vida e ocultou seu cadáver.

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Entenda o caso
Em abril de 2020, amigas estranharam o sumiço de Grazi que não apareceu para apresentar um trabalho no curso técnico de enfermagem que fazia à época. Sem conseguir contato, as colegas foram à casa dela e ouviram de Rômulo que ela havia ido embora. A história estranha fez com que procurassem a polícia.
As investigações começaram na DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), no setor de pessoas desaparecidas. Rômulo foi chamado e cada dia contava uma versão. Tentou de tudo: usou vídeos íntimos e inventou um suposto relacionamento homoafetivo para desmoralizar a companheira e justificar a ideia de que ela havia fugido da cidade. Mas não deu certo.

Usando a tecnologia, a polícia refez os últimos os de Grazi e Rômulo. As evidências levaram as equipes à residência do casal, onde aparentemente nada estava errado. Com luminol, no entanto, a presença de sangue foi constatada em todo o fundo do imóvel, nas pias do tanque e no porta-malas do carro.
Em um trabalho minucioso, a polícia conseguiu coletar uma gota de sangue, viajou até o interior de São Paulo para encontrar a filha com quem Grazi há muito tempo não falava e com ajuda dela, confrontaram o DNA encontrado ali: não havia dúvidas, o sangue era de Grazi. Lá foi morta e levada no porta-malas até o ponto em que o corpo foi abandonado.