Omertà: justiça decreta fim da prisão domiciliar de Fahd Jamil 624363
Uma nova decisão judicial tirou Fahd Jamil Georges, de 80 anos, da prisão domiciliar em que está há quase dois anos sob acusação de chefiar milícia armada. Agora, o “Rei da Fronteira” pode sair durante o dia sem qualquer impedimento, mas continua monitorado por tornozeleira eletrônica e deve, todas as noites, voltar obrigatoriamente para casa.

A decisão desta terça-feira, dia 30 de agosto, é assinada pelo juiz Roberto Ferreira Filho – da 1ª Vara Criminal de Campo Grande – e partiu de um pedido da defesa, feita pelos advogados Gustavo Badaró e André Borges.
Alvo da 3ª fase da Operação Omertà, que comprovou existência de um grupo de extermínio em Mato Grosso do Sul, Fahd Jamil foi apontado como líder da organização criminosa na fronteira do Estado com o Paraguai. Após dez meses foragido, ele se entregou ao Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) no dia 19 de abril de 2021.
No tempo em que esteve detido na delegacia, o “Rei da Fronteira” chegou a ar por cirurgia no coração e seu estado de saúde delicado fez com que a justiça decretasse a prisão domiciliar. Além de não sair de casa, ele também era monitorado 24 horas, através de tornozeleira eletrônica.
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Agora, com a revogação da domiciliar, Fahd tem a liberdade de circular pela cidade durante o dia, mas de noite – das 20 horas às 6 horas – terá que se “recolher” em casa. O monitoramento eletrônico continua, junto com outras medidas cautelares: não pode sair da cidade por mais de oito dias sem autorização judicial, não pode mudar de residência sem avisar a justiça e deve comparecer ao fórum sempre que chamado.
Para a decisão, o juiz considerou que os processos em que o réu é investigado já estão em fases de encerramento e que não há registro de violação da tornozeleira. “Julgo ser desnecessária a manutenção da prisão domiciliar cautelar neste momento”.
Para a defesa, a decisão é a concretização da justiça. “Decisão seguiu o que está na lei, aplicável a todos; Judiciário mais uma vez fez o que é costumeiro: justiça”, afirmou a defesa ao Primeira Página.