Nordestinos são alvos de ataques em MS após 1º turno 592z28
Promotor denunciou a página que fez publicações com teor xenofóbico nas redes sociais; investigações serão feitas pelo Ministério Público, PF e Polícia Civil 4u4y20
Uma postagem com ataques contra os nordestinos feita por uma página classificada como de “humor” em Dourados é alvo de investigação do Ministério Público Estadual e das polícias Federal e Civil. O post foi publicado após o resultado do 1º turno das eleições, quando o candidato Lula (PT) abriu vantagem contra Bolsonaro (PL), durante a apuração das urnas nos estados do Nordeste.

“Nordeste merece voltar a carregar água em balde mesmo. Aí depois vem esse bando de ‘cabeça redonda de bagre’ procurar emprego nas cidades grande”, dizia a publicação que não está mais disponível porque a página foi apagada.
Um dos seguidores da página ainda respondeu a publicação de forma pejorativa. “EEE Nordeste, você ainda vai comer muita farinha com água para não morrer de fome”, escreveu.
Quem denunciou o caso foi o promotor João Linhares. “Chegaram até mim muitas informações de racismo sendo cometidas contra nordestinos. Especialmente nas redes sociais, portanto registrei a prova desses fatos e encaminhei à Polícia Federal e também à Polícia Civil para eventual responsabilização dos autores. O racismo é intolerável, um abominável e desprezível”, declarou.
Após a denúncia do promotor, a página foi excluída. A empresa dona da rede social Facebook, emitiu uma nota afirmando ter identificado vários conteúdos com teor xenofóbico e racista desde o dia da eleição. Eles reforçaram ter uma equipe responsável por combater esta prática.
“Desde domingo, antes mesmo do fim da apuração dos votos, estamos trabalhando para detectar e remover das nossas plataformas discurso de ódio contra a população do Nordeste, conteúdos que violam as nossas políticas. Devido à escala dos nossos serviços, proibir determinados conteúdos não significa incidência zero. Estamos comprometidos a reduzir a prevalência de conteúdos violadores e seguiremos aprimorando a aplicação das nossas políticas”, informaram.
O promotor João Linhares reforça que a prática é criminosa. “O crime de racismo é imprescritível, inafiançável e quem o proclama está sujeito a uma pena de 2 a 5 anos de reclusão, conforme o crime previsto em lei. Nós somos todos brasileiros, temos que estar irmanados em busca do desenvolvimento, da inclusão social, com tolerância, com democracia, com paz e com respeito recíproco. O Ministério Público está atento ao cometimento desses delitos e os reprimirá sempre que constatar sua existência”, finalizou.
O caso segue em investigação pela PF, mas até o momento nenhum responsável pelos ataques foi preso. Um dos investigados é um personal trainer do município.