MPMS compila falas e provas para derrubar recursos de réus no caso Sophia 6i5h6i
Promotores de Justiça usaram depoimentos e laudos periciais para contestar teses apresentadas por defesas dos acusados 502ej
Após juntar aos autos detalhes perturbadores do laudo pericial do celular de Christian Campoçano, padrasto de Sophia Ocampo, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), apresentou as contrarrazões aos recursos dos réus, sendo ele e a mãe da menina, Stephanie de Jesus.
Os quatro promotores de Justiça que cuidam do caso fizeram um compilado entre depoimentos de testemunhas e provas periciais para tentar derrubar as argumentações de ambos. Os dois pedem que sejam inocentados e querem invalidar decisão que prevê júri popular para março deste ano.
Por ora o juiz Aluízio Pereira dos Santos retirou o julgamento de pauta para receber os recursos dos envolvidos.
Os promotores Douglas Oldegardo, José Arturo, Lívia Bariani e Luciana Rabelo apontam haver “indícios suficientes de autoria e materialidade, através dos depoimentos das testemunhas e demais provas dos autos, ressaltado pelos documentos acostados ao feito que demonstram a materialidade do crime”.
Relembram troca de mensagens entre Stephanie e Christian na qual ele informa a então companheira que deu “uma surra na Sophia só porque ela não quis comer, mijou duas vezes na roupa”.
Mostram, com imagens, outra ocasião em que conversam sobre padrasto dar “cascudos” na cabeça da vítima, tão fortes que, conforme as fotos, formou machucado com quantidade considerável de sangue.
A defesa de Stephanie tenta costurar tese de que ela é totalmente inocente e não tinha conhecimento da rotina de violência que a filha sofria, contudo, os promotores definem que “tais argumentos são apenas com escopo de se livrar da acusação, já que não dizem respeito à verdade, vez que os depoimentos acostados aos autos e as demais provas trazidas ao feito, se opõem ao discurso dos denunciados, de forma a apontar a real dinâmica dos fatos”.
Citam o depoimento da mãe da ré, Deuziene Silva em que ela conta sobre o dia da morte de Sophia. Ao acompanhar a filha e a neta, ouviu das médicas que fizeram o atendimento que a morte ocorrera há pelo menos quatro horas antes e confirmou que ao pegar em Sophia sentiu rigidez e corpo frio.
Também rememoram as falas da ex-esposa de Christian, Andressa Canhete, que relata comportamento agressivo dos réus com a menina. Ela frequentava a casa dos dois para visitar o filho que tem com Christian e ao juiz contou que não só castigavam como batiam na criança com frequência.
Justificou que só não os repreendia por medo de o ex-companheiro se irritar ainda mais e descontar mais tarde no filho. Os promotores ressaltam, ainda, a troca de mensagens dos acusados logo após a constatação da morte e acionamento da polícia.
Ao informar Christian que a equipe médica havia pedido presença policial devido ao estado em que o corpo da menina estava, foi orientada a inventar alguma desculpa.
“Eu não sei, inventa algo ou me manda preso, fala que se machucou no escorregador do parquinho igual da outra vez, me manda preso, me responde cara, tô indo me matar no pontilhão”.
“Assim, resta-se comprovado que os réus agiram cruelmente ao lesionar a vítima diversas vezes em regiões não letais, causando-lhe sofrimento excessivo, bem como privaram a vítima de socorro médico imediato, permitindo que Sophia sofresse até seu óbito, já que quando conduzida a Unidade de Saúde ela estava morta há horas”.
Sophia morreu por traumatismo raquimedular de coluna cervical no dia 26 de janeiro de 2023 aos dois anos e sete meses de idade. Desde então a dupla está presa e aguarda julgamento.
