MP pede prisão de vereador que matou agente penal em Cuiabá 1l1g
Alexandre Miyagawa, de 41 anos, foi morto a tiros pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), depois de uma confusão em frente a uma distribuidora de bebidas 3e423
O Ministério Público Estadual pediu a prisão do vereador de Cuiabá Marcos Paccola (Republicanos) devido ao homicídio do agente penal Alexandre Miyagawa de Barros, ocorrido no dia 1º de julho, por volta das 19h15, numa rua do bairro Quilombo, em Cuiabá.

A Justiça, porém, determinou a busca e apreensão na casa do investigado, onde dois aparelhos celulares foram apreendidos e serão periciados.
A defesa do vereador afirmou que vê com naturalidade o pedido e que a medida faz parte das investigações.
Alexandre Miyagawa, de 41 anos, foi morto a tiros após uma confusão em frente a uma distribuidora de bebidas.
Conforme o MPMT, o pedido de prisão busca garantir a ordem pública. “O perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado se vê confirmado diante de seu envolvimento na prática de delitos relacionados ao exercício das funções, tanto na figura de militar que reiteradamente evoca, quanto de vereador, fazendo uso político da situação para se alavancar no cenário eleitoral, conspurcar a imagem da vítima e incitar a população à bandeira que defende quanto ao uso de arma de fogo”.
O MPMT sustentou ainda a existência de evidências que apontam para a intenção de autopromoção. Os promotores de Justiça enfatizaram que o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do investigado.
“Além de reforçar a bandeira que defende em torno do uso de armas de fogo, o representado ou a atacar a imagem da vítima, fazendo-a vilã e única responsável por sua morte. Também ou a encampar campanha autopromocional às custas do evento delituoso, reforçando a tese defensiva de ato de heroísmo dirigido a evitar um suposto feminicídio. Tudo dirigido à sociedade, juiz natural da causa e genuína detentora do poder de julgar os crimes dolosos contra a vida”.
Réu em ação penal d3gl
Para fundamentar o pedido de prisão, na representação encaminhada ao Poder Judiciário os promotores de Justiça destacaram que o vereador é réu em ação penal após ter sido denunciado por envolvimento em organização criminosa que operacionalizou fraude nos registros da Polícia Militar e em certificados de registros de arma de fogo.
A ação, segundo consta da representação, teve como objetivo interferir na “Operação Mercenários”, deflagrada em virtude do envolvimento de militares na prática de crimes contra a vida de dezenas de pessoas.
Imagens do crime 704j5j
Um vídeo divulgado no dia 4 de julho mostra o momento exato em que o vereador Marcos Paccola atira no agente. O policial penal estava de costas quando foi atingido.
Nas imagens, a namorada do agente aparece discutindo com pessoas próximas a uma distribuidora. Em seguida, o casal vai em direção ao carro – ela frente e o policial penal andando atrás dela. O vereador chega por trás, já mirando na vítima, e faz o disparo.
Versão do vereador 62642w
Antes dessas imagens virem à tona, Paccola disse, em entrevista coletiva na manhã de 4 de julho, que não atirou nas costas do agente.

“Pessoas eu vi falando que eu dei tiro pelas costas. Há uma diferença entre tiro pelas costas e tiro nas costas. Se eu tivesse feito como alguns falam, atirado nele pelas costas, eles teria caído de bruços, e não teria caído de frente”, declarou.
Ainda na entrevista, dada na Câmara de Cuiabá, ele falou a razão de ter disparado primeiro.
“Quem atira primeiro, em 80% das vezes, ganha o confronto. Na distância em que eu estava não poderia deixar aquilo ali e a partir do momento que eu decidi intervir fiz o procedimento pelo qual eu treinei e treino”, declarou.
Afastamento e cassação 64cv
Por causa do homicídio, a vereadora Edna Sampaio (PT) entrou, na Câmara Municipal de Cuiabá, com pedido de cassação e de afastamento imediato de Paccola
O presidente da Comissão de Ética, Lilo Pinheiro (PDT), disse na segunda-feira (11) que a solicitação de afastamento de forma imediata foi feita à Presidência da Câmara, e que caberá a ela analisar.
“Quanto ao primeiro pedido, de afastamento imediato, a Comissão entende que cabe exclusivamente à presidência a análise dos aspectos constitucionais, legais, regimentais e redacionais, para por decisão da presidência pautar no plenário no momento que achar oportuno”, disse Pinheiro.
Quanto à cassação, que demanda maior tramitação, o presidente da Comissão de Ética informou que aguardará a conclusão das investigações da Polícia Civil para juntar provas.
“Quanto ao segundo pedido, a comissão acatou a representação e já informou que vai carrear as provas que estão transcorrendo na investigação policial e tão logo que chegue o inquérito policial para a Comissão de Ética, a gente vai se manifestar a respeito da decisão final”, disse Lilo Pinheiro.