Médico que bateu carro bêbado vai continuar preso em Campo Grande r4l4d
A defesa de João Pedro deve entrar com pedido de revogação da prisão dele ainda nesta sexta-feira 6574c
João Pedro da Silva Miranda Jorge, de 29 anos, vai continuar preso. A decisão é da juíza Eucelia Moreira Cassal, que analisou o flagrante do médico na manhã desta sexta-feira (9), durante audiência de custódia em Campo Grande.
O médico foi preso por dirigir bêbado na madrugada de quinta-feira (8) depois de se envolver em um acidente no encontro da rua Doutor Paulo Machado e a avenida Arquiteto Rubens Gil de Camillo. Além da embriaguez, João estava com a carteira de habilitação vencida.

Na decisão, a juíza justificou a prisão de João para a “manutenção da ordem pública e para garantir a credibilidade da justiça”, isso porque o rapaz é reincidente em infrações de trânsito. Em 2017, o médico – que na época era estudante – se envolveu no acidente que matou a advogada Carolina Albuquerque Machado e deixou o filho dela, que tinha três anos na época, ferido.
A morte da advogada aconteceu a poucos metros do local em que João foi preso na madrugada dessa quinta-feira. Carolina estava na rua Doutor Paulo Machado e foi atingida pelo médico quando atravessou a avenida Afonso Pena.
Após meses de investigação, a perícia constatou que a advogada tinha furado o sinal vermelho, mas que João estava a mais de 115 km/h. No dia, ele fugiu sem prestar socorro e acabou preso horas depois, mas foi liberado ao pagar uma fiança de R$ 50 mil.
Dessa vez, João não fugiu. Prestou socorro a motorista do carro – que foi levada para a Santa Casa e liberada após atendimento médico – e como estava visivelmente embriagado, acabou detido pelos policiais militares que foram ao local. Na delegacia, ele afirmou que foi a mulher quem causou o acidente após furar o semáforo, o mesmo que falou de Carolina.

É apoiado nessa afirmação, que a defesa tenta liberar o médico. Em frente ao Fórum de Campo Grande, o advogado Benedicto Arthur de Figueiredo Neto explicou que vai entrar ainda nesta sexta-feira (9) com o pedido revogação da prisão preventiva, isso porque o crime que o cliente cometeu é culposo – ou seja, ele não tinha nenhuma intenção de ferir a motorista do outro carro.
“A defesa entende que trata de uma imputação culposa nesse caso. Diante do fato de ter uma previsão legal, é muito claro que tratasse de fato culposo e que isso não comporta prisão preventiva”, reforçou.
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Segundo advogado, por ser um acidente de trânsito em que João permaneceu no local e prestou socorro, a prisão não deveria ser mantida, situação garantida por lei. “Estamos confiantes com a revogação da prisão preventiva”.
Além da morte de Carolina e do acidente desta semana, João ainda responde a um terceiro acidente; também causado enquanto ele dirigia bêbado, mas nesse caso o processo ainda está parado, sem qualquer decisão.
“No Brasil, vigora o princípio da presunção de inocência. Meu cliente é inocente sim. Ele está respondendo o processo, não existe nenhuma condenação dele transitado em julgado. Existe sim dentro de um dos processos o apelo da defesa para que ele seja absolvido do caso, tendo em vista que ele, como já ficou esclarecido, o acidente anterior – que gerou toda essa comoção – ficou muito claro pela perícia que quem causa o acidente, quem foi a causa determinante do acidente, foi a vítima. Ela furou o sinal vermelho”, afirmou Benedicto.
Agora o caso deve ser analisado por uma das varas criminais de Campo Grande.