Mãe e padrasto de Sophia tentam adiar audiência, mas Justiça nega 454d5i
Casal vai ficar frente a frente na quinta-feira da próxima semana, conforme definiu juiz 3c5467
Mãe e padrasto da menina Sophia Ocampo, Stéphanie de Jesus e Christian Campoçano, tentaram adiar audiência de instrução que os colocará frente a frente na quinta-feira da semana que vem, 28 de setembro.

No entanto, o juiz que assumiu o caso no começo deste mês, Aluízio Pereira dos Santos, frustrou as investidas. À defesa materna, o magistrado apenas alterou o horário da sessão, até então marcada para começar às 13h30 e, agora, com início às 16h.
As advogadas alegaram já terem audiências de outros casos marcadas anteriormente para a mesma data e hora. O pedido era para o adiamento da instrução sobre a ação penal que trata do assassinato de garotinha, morta aos dois anos e meio vítima de agressão.
Já os advogados de Christian, numa forma de pleitear mais tempo, forneceu a senha do celular do réu para que seja periciado, após quase nove meses do crime. Antes, ele se recusava a falar o código de desbloqueio do aparelho.
Em contrapartida à “cooperação”, foi solicitado que a audiência ocorresse somente se o conteúdo a ser coletado do celular chegasse a eles antes do dia 28, alegando que precisam estar a par do material que vai embasar a oitiva do acusado.
Aluízio, contudo, decidiu pela permanência da data independente de qualquer coisa. Justificou que em todos esses meses de investigação Christian nunca quis colaborar, fazendo com que o processo ficasse parado por mais de dois meses, num esforço policial para tentar periciar o aparelho, sem sucesso.
Tanto que o telefone chegou ser enviado ao Paraná para que a Polícia Civil do estado vizinho tentasse quebrar o sigilo, também em vão. Agora a missão foi dada ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
“Assim, ao contrário do que aduz o acusado, ao dizer que está cooperação com a Justiça e por este motivo tem o direito de ser ouvido somente após o resultado da perícia, pretende, em verdade, tão-somente adiar o ato processual de forma desnecessária sob a alegação de ferir o contraditório e ampla defesa”, diz a decisão.
Explicou, ainda, que mesmo com o encerramento da primeira fase da ação, após a referida audiência, o material coletado no celular poderá entrar na segunda etapa processual que é a do júri.
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“Como se sabe, a segunda fase também se destina a produzir todos os tipos de provas, inclusive orais, juntar documentos, perícias, cartas precatórias e o réu também é interrogado, melhor ainda na frente dos jurados”.
Na mesma peça, a defesa do réu pediu que o segredo de Justiça fosse reestabelecido, porém o magistrado, que foi quem derrubou o sigilo dos autos, mantendo somente no conteúdo relacionado diretamente à Sophia sigiloso, manteve a publicidade.
Vale lembrar que ambos os réus estão presos desde a morte da criança em 26 de janeiro deste ano. A mãe em uma unidade penal no interior do estado e o padrasto em Campo Grande.