Justiça decreta bloqueio de bens de 7 suspeitos de desvios na Prefeitura de Cuiabá 5a4pb
A medida faz parte da primeira fase da investigação realizada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção 1a1j2k
Sete suspeitos de participarem de desvios de recursos e falsificação de decisões judiciais das secretarias municipais de Saúde e de Gestão de Cuiabá foram alvo de bloqueio de bens nesta sexta-feira (15) decretados pela Justiça.

O montante dos bloqueios chega a R$ 730.954,43 e atingiu a ex-secretária de Saúde e de Gestão do município, Ozenira Félix, o espólio da ex-secretária-adjunta em Atenção Básica de Saúde, Miriam Pinheiro (falecida em 2021) e o ex-procurador geral do município, Marcus Antônio de Souza Brito, entre outros investigados.
Por meio de nota, a Prefeitura de Cuiabá afirmou que após o registro de denúncias por meio dos canais oficiais, a Controladoria Geral de Cuiabá realizou auditoria e identificou irregularidades em pagamentos realizados.
“Mediante a detecção, o levantamento das informações foi entregue perante ao Ministério Público de Mato Grosso (MPE-MT) para adoção das medidas cabíveis; Esclarece ainda que versando sobre o zelo ao erário público, as Secretarias de Saúde e de Gestão receberam recomendações para a implementação de de medidas de controle, evitando que ocorrências dessa natureza sejam registradas, o que acarreta, consequentemente em danos ao erário.”
Os envolvidos são investigados por peculato e associação criminosa.
A medida cautelar decretada pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, faz parte da 1ª fase da Operação Palcoscènico, da Deccor (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção).
Também foi determinada a quebra do sigilo bancário e telefônico dos alvos para aprofundamento das investigações.
O esquema 6e1p69
A investigação teve início com a detecção de dois pagamentos feitos pela Secretaria de Saúde de Cuiabá, com base em decisões judiciais falsificadas, em dezembro de 2020, em favor de duas pessoas que não constavam como partes nos processos indicados.
Foram pagos R$ 510.066,29 em valores atualizados. Auditorias da Controladoria Geral do município de Cuiabá apontaram inúmeras irregularidades nos processos de pagamento, bem como indícios de responsabilidade da então gestora da pasta, que ordenou os pagamentos, e do, à época, procurador-geral do município, que concordou com a quitação dos valores.
À Polícia Civil, os dois beneficiários das contas disseram nunca ter acionado o município de Cuiabá judicialmente e que ‘‘alugaram’’ suas contas bancárias para uma advogada, mediante pagamento, para que esta supostamente recebesse os valores do município.
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A advogada foi identificada como uma servidora licenciada da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, que à época trabalharia informalmente no gabinete da ex-secretária de Saúde e Gestão de Cuiabá.
Laranjas 6u6h5f
Ela informou que foi cooptada dentro da prefeitura pela ex-secretária adjunta de Atenção Básica, no final de 2018, que propôs à advogada que conseguisse as contas para os pagamentos indevidos.
Após as declarações prestadas pela advogada, a investigação apurou, até o momento, outros 22 pagamentos feitos pela Secretaria de Gestão de Cuiabá na conta dos “laranjas”, contabilizando mais R$ 220.858,14 em valores atualizados.
As investigações da Deccor continuam para chegar à totalidade do prejuízo, como funcionava a distribuição do dinheiro e outros possíveis envolvidos no esquema.
Nome da operação i3p6
Palcoscènico é um termo italiano que serve tanto para designar o local onde uma peça teatral é apresentada, quanto a arte de interpretar.