Jamilzinho se apega a estratégia de criar dúvida sobre mandantes de morte s2z10

Réu como mandante do crime que acabou vitimando Matheus Coutinho Xavier, em 2019, ele seguiu estratégia da defesa de plantar dúvida no júri popular 224g6q

Réu mais conhecido entre os três acusados pelo assassinato do universitário Matheus Coutinho Xavier, Jamil Name Filho, 46 anos, foi interrogado nesta terça-feira (18) durante o júri por homicídio qualificado em andamento em Campo Grande. Falou por duas horas e meia.

Jamil Name nega ser mandante do crime (Crédito: José Câmara/Primeira Página MS)

Começou fazendo uma digressão sobre a origem de sua família árabe, a pedido do juiz, construiu frases longas, falando até sobre o diabetes de uma pessoa citada, mas essencialmente usou seu tempo para negar envolvimento em crimes e principalmente na morte em julgamento, seguindo a estratégia já desenhada pela defesa, de gerar dúvida entre os jurados.

“Eu não fui mandante da morte de Paulo Xavier, nem de ninguém. Graças a Deus eu não tenho essa índole – como é que eu vou dizer pro senhor -, essa maneira de lidar com as coisas”, afirmou à pergunta direta do juiz Aluizio Pereira dos Santos sobre isso.

A banca de defesa, durante os depoimentos de testemunhas, fez intervenções no sentido de questionar as provas apresentadas na peça acusatória e de diluir as suspeitas levantadas sobre os réus, Jamilzinho, o ex-guarda civil metropolitano Marcelo Rios e o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo.

O caminho para convencer o júri, além de desqualificar a investigação, é plantar no pensamento dos sete jurados a ideia de que o verdadeiro alvo do crime, o pai de Matheus, Paulo Roberto Teixeira Xavier, tinha outros inimigos e qualquer um poderia ter mandado matá-lo.

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Jamil Name durante interrogatório no tribunal do júri. (Foto: Gustavo Arakaki)

Jamilzinho, em seu depoimento, disse nunca ter tido contato com Juanil Miranda Lima, ex-guarda civil metropolitano identificado como um dos pistoleiros responsáveis pela execução de Matheus.

Ao dizer isso, argumentou que jamais colocaria dentro de sua casa uma pessoa ligada a facção criminosa.

Para ele, assim como a defesa já havia afirmado em perguntas a testemunhas, Juanil era faccionado. A prova disso seria o fato de ter uma tatuagem de carpa, associada à máfia paulista dominante no crime em Mato Grosso do Sul.

Segundo Jamilzinho, as mortes perpetradas pela facção costumam ter uso de fuzis, como foi o caso de assassinato de Matheus.

“Basta ver as mortes da fronteira”, disse.

Nesse momento, Jamilzinho falou de outro episódio, pelo qual foi condenado, a manutenção de um paiol em casa da família Name no Jardim Monte Líbano, em Campo Grande.

“Para mim, essas armas não eram só do Juanil, para mim, ele era do PCC”.

Nas palavras do réu, a casa era da família Name mas ele desconhecia a existencia do armamento apreendido no local, depois da prisão do ex-guarda civil Marcelo Rios, outro réu no júri.

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Jamil Name Filho durante o interrogatório em júri por execução de estudante por engano. (Foto: Gustavo Arakaki)

“Escobar Brasileiro” 2k672v

Outro nome lembrado pelo réu é o de Sérgio Roberto de Carvalho, chamado de “Major Carvalho”, atualmente preso na Bélgica e considerado um dos maiores traficantes do mundo, a ponto de ser chamado de o “Escobar Brasileiro.

“Jamilzinho” relembrou um fato ado da vida de “PX”, o pai de Matheus, quando o capitão reformado ficou preso por mais de dois anos por envolvimento em jogos de azar, na operação Las Vegas.

O nome do “Major Carvalho” havia sido lembrado pelo advogado Eugênio Malavasi, um dos profissionais contratados para a defesa, no depoimento das testemunhas de acusação. O outro integrante da banca é o ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Nefi Cordeiro.

Por pelo menos duas vezes, o plenário ouviu o advogado perguntar: “Quem é Sérgio Roberto de Carvalho?”.

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Jamilzinho foi questionado pelo juiz sobre a frase escrita por ele a uma interlocutora em diálogo captado pela operação Omertá: “vai haver a maior matança de Mato Grosso do Sul, de picolezeiro a governador”.

Novamente em uma longa frase, disse que era obeso, pesava 140 quilos, fez cirurgia bariátrica e ou a tomar medicamentos que misturava inadequadamente com bebida.

A diferença física de “Jamilzinho” impressionou desde o primeiro dia do júri. No depoimento, ele revelou estar com 74 quilos.

Nesta quarta-feira (18), vão ocorrer os debates entre defesa e acusação e depois os jurados respondem aos requesitos sobre a culpabilidade dos réus. Por fim, o juiz aplica a sentença, sendo ela de condenação ou de absolvição.

Por fim, comentou que o pai conversou com ele poucos dias antes de morrer em um banho de sol. Na conversa deixou um pedido: “O meu nome, Jamil Name, e o que eu fiz e construí a vida inteira. Prometa para mim que você vai limpar tudo isso que foi feito”.

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