Jamil Name Filho é condenado pela execução de Matheus em emboscada 3c6s6b

O ex-guarda civil Marcelo Rios e o policial aposentado Vladenilson Olmedo também foram condenados 1e3u36

Em um dos julgamentos mais emblemáticos da história de Mato Grosso do Sul, decisão do júri popular condenou Jamil Name Filho a 23 anos e seis meses de prisão por ser mandante do assassinato do estudante Matheus Coutinho Xavier em abril de 2019.

JAMIL NAME FILHO GUSTAVO ARAKAKI
Jamil Name Filho foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma (Foto Gustavo Arakaki)

Na sentença lida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, todos foram condenados por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma. Rios foi o único a também pagar por interceptação.

O policial aposentado Vladenilson Olmedo e o ex-guarda civil Marcelo Rios foram condenados a 21 anos e seis meses e 23 anos, respectivamente, por planejarem a execução. Nenhum deles é confesso e todos receberam as penas sem esboçar qualquer reação. O júri popular levou quase duas horas para responder os quesitos.

Os três estão presos desde 27 de setembro de 2019, quando foi desencadeada a primeira fase da operação Omertà. Em outubro do mesmo ano foram transferidos para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Jamil Name estava entre eles, mas morreu em junho de 2021, vítima de covid, aos 82 anos. O corpo veio para Campo Grande três dias depois e o enterro ocorreu no cemitério Santo Antônio.

Jamilzinho chorou durante o julgamento por duas vezes, ambas quando o nome do pai foi citado, sendo que na última, pouco antes da condenação ser proferida, precisou ser retirado do local. Veja como foram os três dias de júri.

1° dia 6v1z71

Audiência do primeiro dia de tribunal do júri pela execução de Matheus durou cerca de 9 horas. Grupos de policiais de elite estão mobilizados no entorno do Fórum de Campo Grande e realizam o traslado dos envolvidos.

A primeira ouvida como testemunha de acusação foi a delegada Daniela Kades Garcia que, em sua fala, detalhou a troca de ligações entre os envolvidos, rastreio de tornozeleira eletrônica e transferências bancárias que, segundo ela, foram cruciais para identificar o envolvimento de Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo no crime.

marcelo rios gustavo arakaki
Marcelo Rioschora durante júri (Foto Gustavo Arakaki)

A oitiva durou todo o período da manhã com alguns momentos mais acalorados quando os advogados de defesa confrontavam a delegada. Na parte da tarde o delegado da Polícia Civil, Tiago Macedo dos Santos foi ouvido.

Durante depoimento ressaltou a ligação de Marcelo e Vladenilson com a família Name, apontando que além de seguranças da organização criminosa, eles tinham o a casa dos chefes da quadrilha.

Foram mais de duas horas e meia de depoimento, para depois o também delegado Carlos Delano assumir a fala como terceiro ouvido do dia. Resumidamente, ele contou que o carro encontrado queimado após a execução de Matheus já era esperado, até mesmo antes do veículo ser localizado.

JURI MATHEUS OMERTA GUSTAVO ARAKAKI
Promotores, advogados e juiz analisam e conversam durante júri (Foto Gustavo Arakaki)

Depois da prisão dos acusados, Campo Grande não voltou a ver crimes com o mesmo modus operandi da organização criminosa. Paulo Roberto Teixeira Xavier, conhecido como PX, foi quarta testemunha.
Ex-capitão da Polícia Militar, era ele o real alvo, segundo aponta a investigação. No entanto, naquele 9 de abril de 2019, Matheus manobrou o carro do pai e, assim, acabou fuzilado.

Chorando ele contou que o sonho do filho era ser promotor de Justiça e cravou, “uma coisa é quando você perde o filho em um acidente. Outra, bem diferente, é se esses três, auxiliado pelos outros assassinos, me matassem”.

Investigador da Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Jean Carlos, foi a quinta e última testemunha a depor. Às 18h20, o juiz encerrou o primeiro dia de julgamento da Omertà. Reveja a linha do tempo aqui.

2° dia 59633p

Na terça-feira (18), dentro da mais de 11 horas de júri, falaram um testemunha de acusação, o delegado José Paulo Sartori, os três réus, além das testemunhas de defesa que inicialmente eram sete, número que caiu para quatro por decisão dos próprios advogados.

Réus pela morte de Matheus
Os três réus, Marcelo Rios, Vladenilson Olmedo e Jamil Name Filho (Foto Gustavo Arakaki)

Sartori, que fez parte da força-tarefa montada para apurar o assassinato de Matheus, foi enfático ao afirmar que os laudos apontaram emboscada.

“A execução de Matheus aconteceu a mando de Jamil Name e Jamilzinho Filho por um conflito fundiário. O rastreio da tornozeleira de um dos pistoleiros foi crucial para a investigação”.

Não só isso, afirmou também que os três réus estão envolvidos com crimes de homicídio, jogo do bicho, extorsões e manutenção de armas.

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Falaram, ainda, o advogado Silvano Gomes Oliva, Wagner Louro da Rocha, Mário César Velasques Ali e Eliane Benites Batalha dos Santos, ex-esposa do Rios. Ao término o juiz o liberou para ver os filhos que estavam no Fórum, fato que o fez chorar.

Por fim, o trio sentando no banco de réus foi ouvido, todos, claro, negaram qualquer participação na morte do estudante. Reveja a linha do tempo aqui.

3° dia e2m4o

O terceiro e último dia de júri ocorrem os debates entre defesa e acusação por cerca de 9 horas. Promotores e assistente de acusação tiveram duas horas e meia cada uma para apresentarem suas teses. Depois, foram mais duas horas para a réplica outras duas para tréplica.

Cristiane Coutinho
Cristiane Coutinho, mãe de Matheus, falando no júri. (Foto: Gustavo Arakaki)

A mãe de Matheus se manifestou novamente, desta vez direcionada aos jurados. Fez apelo por justiça à morte do filho e brevemente contou sobre a experiência de enterrá-lo em caixão fechado, já que foi fuzilado. “Meu filho nunca mais vai voltar”. Reveja a linha do tempo aqui.

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