Inquérito por feminicídio cujo suspeito foi solto vai mudar de cidade 11d47
Registrado inicialmente em Bela Vista, o crime aconteceu em Ponta Porã; por isso o processo será analisado na cidade 612r1x
Mudanças na investigação sobre a morte de Gisely Duarte Galeano, de 35 anos, teriam causado o atraso judicial que colocou o autor do crime, Fernando Chucarro Dias, em liberdade nessa quinta-feira (11). Registrado inicialmente em Bela Vista, agora o caso está em Ponta Porã.

Gisely foi encontrada ferida e com fortes dores no abdômen no dia 27 de fevereiro, na casa em que ela morava em Bela Vista. A jovem foi internada e no dia seguinte, morreu. Segundo a polícia, ela estava grávida e também perdeu o bebê.
O caso foi registrado em Bela Vista e naquele momento, segundo o depoimento da irmã da vítima, a informação era de que as agressões que causaram a morte de Gisely teriam ocorrido na cidade.
No entanto, durante as investigações, a polícia pediu a quebra do sigilo telefônico e com isso descobriu que as agressões aconteceram em Ponta Porã. Nessa altura, Fernando já estava preso e por isso o inquérito deveria ser encerrado em 10 dias, mas o envio desses dados a polícia não foi feito dentro do prazo, segundo o delegado Renato Fazza.
“A investigação já estava pronta, o que não chegou a tempo foram as informações da operadora. Houve o atraso por parte da operadora em enviar os dados que seriam (e foram) conclusivos à investigação. Esclarecemos que o fato da agressão ocorreu em Ponta Porã, e não em Bela Vista. Agora o Ministério Público de Ponta Porã decide se denuncia ou não o investigado pelo feminicídio”.
Renato Fazza
O relatório da investigação foi enviado na íntegra para a justiça, mas como o Ministério Público não tinha como fazer a denúncia e o réu estava há mais de um mês preso sem qualquer indicativo, foi posto em liberdade com algumas medidas cautelares: como não chegar perto da família da vítima, nem falar com eles por qualquer meio de comunicação.
Ao Primeira Página, a defesa de Fernando, feita pelo advogado Welerson Cezar de Oliveira, ainda reforçou que não há prova de que Gisely estava grávida.
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“Pela juntada dos prontuários médicos anexados ao inquérito e encaminhados ao setor de perícias em geral de Dourados, por meio do laudo de exame de corpo de delito indireto, o perito médico legista não pode afirmar sobre possível estado de gravidez da senhora Gisely, visto que, conforme laudos apresentados pelo Hospital Cassems, não restaram informações sobre gravidez nos atendimentos médicos realizados, portanto, o que levaria a supor uma possível inexistência da gravidez da suposta vítima, o que contraria totalmente a versão apresentada inicialmente pela irmã da vítima”.
Welerson Cezar
A reportagem procurou o Ministério Público para entender a situação e os próximos os e ainda aguarda resposta.