Filho de ex-deputado se torna réu pelo assassinato da ex e do namorado dela 385b2u

A Justiça aceitou a denúncia e tornou réu Carlos Alberto Gomes Bezerra – filho do agora ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB) – pelo assassinato da ex-namorada Thays Machado e do namorado dela, Willian César Moreno, no dia 18 de janeiro. 

A juíza da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, determinou prazo de dez dias para que a defesa se manifeste. Se houver preliminar, o processo retorna ao Ministério Público. Se não houver, a audiência de instrução e julgamento será marcada.

Carlos responde por feminicídio qualificado e homicídio qualificado.

Conforme as investigações da Polícia Civil, ele tinha informações detalhadas de onde estava a ex-namorada e, em buscas realizadas na última segunda-feira (30), foram encontrados 71 prints de localizações de onde a ex-namorada ava e um caderno com anotações com datas e locais onde rastreadores eram instalados, entre outras provas que mostram que ele tinha informações detalhadas de onde estava a vítima.

Ao Primeira Página, o advogado de Carlos informou que estuda o processo para apresentar a defesa à Justiça.

Os assassinatos  664r2q

Carlos matou a tiros a ex-namorada e o atual companheiro dela, Willian César Moreno, a tiros em frente ao prédio onde a mãe da mulher morava, no Bairro Consil. O casal estava no primeiro encontro. 

Carlos atirou seis vezes contra o casal, atingindo cada vítima com, ao menos, três disparos. Ele foi preso horas depois do crime, em uma fazenda na região do município de Campo Verde, 139 km de Cuiabá, e confessou os assassinatos. 

No dia da prisão, equipes da Polícia Civil realizaram buscas contínuas a fim de esclarecer o crime e a autoria. Com o acusado, foi apreendida a arma usada para matar as vítimas.

Carlos e Thays teriam terminado o relacionamento recentemente e ele não aceitava. Thays trabalhava como servidora comissionada em Várzea Grande.

Inquérito 3td3p

A denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Jaime Romaquelli, da 26ª Promotoria de Justiça Criminal, o feminicídio foi cometido por motivo torpe de vingança pelo término do namoro, de forma cruel e impossibilitando a defesa da vítima.

Romaquelli acrescentou que “Carlos Alberto praticou o crime, com relação à vítima Thays Machado, num contexto de violência doméstica por ele alimentada, prevalecendo-se de sua superioridade física, em flagrante menosprezo à condição de mulher da vítima Thays (eram ex-conviventes), e, portanto, por razões da condição do sexo feminino da vítima, pois com ela manteve um relacionamento amoroso.”

O homicídio também foi qualificado na denúncia por motivo torpe, emprego de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima Willian Cesar Moreno.

Segundo o promotor, a ação foi calculada e levou o acusado a comparecer naquele local, “exatamente no momento em que as vítimas, Thays e Willian estavam expostos na calçada de costas para a rua, subtraiu deles a possibilidade de realizar qualquer gesto efetivo de defesa (abaixar-se, correr), sendo acolhidas de surpresa, recebendo os tiros fatais enquanto o atirador estava dentro do veículo”, argumentou.

As investigações foram conduzidas pelo delegado Marcel Oliveira, integrante da DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa).