Ex-secretários também são alvos de ação que afastou prefeito de Cuiabá 212v12
Célio Rodrigues, Milton Corrêa e Gilmar Cardoso já foram alvo em operações realizadas pelas polícias Federal e Civil sobre fraudes da Secretaria de Saúde de Cuiabá 576522
Os ex-secretários da Secretaria Municipal de Saúde, Célio Rodrigues, Milton Corrêa e Gilmar Cardoso estão proibidos, a partir desta segunda-feira (4), de ar a sede da Prefeitura de Cuiabá ou órgãos públicos, além de estarem impedidos que ocupar cargos públicos.

Eles foram citados na decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, após pedido do promotor Carlos Roberto Zarour César, do MPMT (Ministério Público de Mato Grosso).
Os três são investigados por organização criminosa supostamente comandada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que teria o objetivo de desviar dinheiro público, por meio de fraudes na contratação de empresas para prestação de serviços de saúde, sem licitação.
Célio Rodrigues
Célio Rodrigues já foi alvo de diversas ações de investigação no âmbito da Saúde Pública de Cuiabá. Ele chegou a ser preso no ano ado, durante a Operação Hypnos. Na época, somente na residência do alvo principal foi apreendido aproximadamente R$ 30.962 mil em dinheiro.
O ex-secretário já havia sido preso anteriormente pela Polícia Federal, em 28 de outubro de 2021, durante a Operação Cupincha, por suspeitas de envolvimento em esquema que movimento cerca de R$ 100 milhões, entre os anos de 2019 a 2021.
O advogado de defesa de Célio, Ricardo Spinelli, informou que ainda não foi notificado da decisão e que vai se manifestar nos autos. Destacou ainda que o denunciado Célio Rodrigues tem contribuído com a Justiça sempre que convocado a cerca dos processos que vem respondendo.

Milton Corrêa
O ex-secretário-adjunto de Planejamento e Operações da Saúde de Cuiabá, Milton Corrêa da Costa Neto, foi alvo da 4ª fase da Operação Curare, deflagrada pela PF (Polícia Federal), em abril de 2023.
Segundo a investigação, Milton fazia o uso de duas empresas que prestaram serviços para a Prefeitura de Cuiabá, a Vip Prestação de Serviços Médicos Ltda., também da Family Medicina e Saúde Ltda.
A empresa Vip Prestação de Serviços Médicos funcionou, em determinado período, no mesmo endereço que uma empresa de medicina do trabalho em que Milton era sócio.
Além disso, o grande volume de saques em dinheiro chamou atenção da polícia. “Foram identificadas operações em espécie no valor superior a R$ 2,5 milhões, conduta atípica e reveladora de indícios de lavagem de dinheiro”, diz trecho da decisão do juiz federal Jeferson Schneider ao autorizar a operação.

O Primeira Página não localizou a defesa do ex-secretário.
Gilmar Cardoso
O secretário-adjunto de Gestão de Secretaria de Saúde de Cuiabá, Gilmar de Souza Cardoso, foi um dos alvos da Operação Iterum, deflagrada em outubro do ano ado, que investigou um suposto desvio de R$ 13 milhões da saúde pública de Cuiabá.
Segundo a PF, durante as investigações, foram detectadas graves irregularidades na execução de contrato de serviços de tecnologia, mantido pelo município entre os anos de 2017 e 2022 com empresa do ramo de informática.
A reportagem não localizou a defesa de Gilmar.
Entenda o caso 3l1v3g
Uma decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, divulgada nesta segunda-feira (4) determinou o afastamento do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, por 180 dias.
A determinação considerou investigações do MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) sobre uma suposta organização criminosa, “cuja finalidade específica é a sangria dos cofres públicos, através da obtenção de benefícios ilícitos, com atuação sistêmica de duradoura dentro do Poder Executivo Municipal, causando danos imensuráveis ao erário”.
O esquema, segundo investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, funcionaria dentro da Secretaria Municipal de Saúde, onde, por meio de contratos irregulares e dispensa de licitação, as fraudes eram realizadas.
Ainda de acordo com o relatório, os desvios somam cerca de R$ 1,2 bilhões, atestado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Os ex-secretários Célio Rodrigues, Milton Corrêa e Gilmar Cardoso foram citados na decisão como investigados por participação no esquema de desvio de dinheiro público, sob liderança de Emanuel Pinheiro.