Decidido: ação sobre conflito com morte de indígena em Amambai vai para a Justiça Federal t614g

Na decisão, o juiz oficiou a Polícia Civil para que conclua os laudos pendentes para o envio do processo à Justiça Federal de Ponta Porã 2u1y5s

O juiz Daniel Raymundo da Matta, da Comarca de Amambai, declinou competência para processar e julgar sobre a ação que trata o conflito indígena ocorrido no fim de junho, na fazenda Borba da Mata, área rural do município que fica a 338 km de Campo Grande. O processo foi encaminhado para a Justiça Federal de Ponta Porã no início de setembro.

Processo do conflito indígena em Amambai será julgado por Justiça Federal (Foto: Divulgação)
Processo do conflito indígena em Amambai será julgado por Justiça Federal (Foto: Divulgação)

Segundo o magistrado, “com base nos dispositivos legais supramencionados e no entendimento jurisprudencial, é forçoso concluir que a competência para processar e julgar as demandas relacionadas à disputa sobre direitos de terras indígenas é da Justiça Federal”.

Os envolvidos no processo são os indígenas residentes na Aldeia Amambai, que pertencem às etnias Guarani Kaiowá e Guarani Nhandeva. Os conflitos foram provocados por causa da retomada Guapoy.

Na decisão, o Raymundo oficiou a Polícia Civil de Amambai para que conclua os laudos pendentes para o envio à Justiça Federal de Ponta Porã.

A Polícia Militar instaurou inquérito para apurar a morte de Vitor Fernandes. O prazo para conclusão era de 45 dias, podendo ser prorrogado. A reportagem entrou em contato com a instituição para saber sobre as investigações, mas não obteve retorno até esta publicação.

Entenda o caso 3l1v3g

Segundo os autos, no dia no dia 24 de junho de 2022, a Polícia Militar foi acionada com a informação de os indígenas teriam invadido a fazenda, rendido e expulsado os funcionários do imóvel. Com a chegada da polícia, houve o conflito em que três militares ficaram feridos, o indígena Vitor Fernandes, de 42 anos, morreu e outros sete se feriram – entre eles adolescentes.

O servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio), Newton Machado Bueno, foi à área de conflito para tentar dialogar e feito de refém pelo grupo, que ameaçou ele. Ele ficou com os indígenas até o fim do dia, quando houve a chegada da Polícia Federal no local do confronto. Mas o veículo da Funai não foi devolvido.

Leia mais n1u6n

  1. Educação suspende aulas até eleição em aldeia de Amambai 232c2l

  2. Ministério Público declina de competência sobre conflito em Amambai 60y47

  3. Briga por comando em aldeia de Amambai vira caso de polícia e acordo prevê nova eleição 3e183j

O PM Cleyton Alan Clemente registrou que o adolescente indígena ferido contou, nas dependências do hospital, que uma das lideranças do grupo, Vilma Roberto, teria cooptado indígenas de aldeias estrangeiras para a retomada da fazenda Borda da Mata.

O capitão da aldeia Amambai, João Gauto, apresentou uma carta em que afirma que na área de retomada, denominada “Tekoha Guapo’y Mirim Tujury”, as lideranças indígenas foram recebidas com agressividade, acusando-os de estar recebendo dinheiro.

Disputa interna 6l381t

O servidor da Funai, Newton Bueno, informou que as revoltas indígenas são lideradas por um grupo dissidente liderado por Italiano Vasque, Roberto Benites, Marcio Moreira, Josiel, Juraci de Lima, Vilma Roberto e Osvaldo Valiente.

De acordo com o vice-capitão da aldeia, Ronaldo Ortiz, o grupo dissidente ou a incitar os moradores da reserva para se mostrarem descontentes com a atual liderança indígena. “O grupo incita a violência, invade terras de propriedades vizinhas a reserva, faz uso de armas de fogo, abriga trabalhadores de plantações de maconha que vem do Paraguai, dentre outros ilícitos”, afirmou o vice-capitão no processo.

O capitão João Gauto relatou à Justiça que tem sofrido ameaças do grupo dissidente e que, no dia do conflito, Márcio e Osvaldo foram até a sua residência usando a camionete da Funai e pegaram a força a filha Michele, ameaçando-a com uma faca em seu pescoço para que ela fosse com eles até o local do conflito.

Ele tentou convencê-los, mas ela só voltou para casa depois de conseguiu escapar e correu de volta para a residência. Narrou que toda a família também está sendo ameaçada.

Conforme o ex-vice-capitão Orivaldo Barrio, Italiano Vasque foi capitão por quatro anos e não aceitava a escolha popular da liderança, querendo impor uma gestão sem prazo para acabar. Há 10 anos, Italiano afirmou que as terras da fazenda Borda da Mata pertenciam à aldeia Amambai, mas não obteve apoio da comunidade naquela época.

Neste ano, Italiano se juntou a Vilma, Roberto, Josiel, Márcio e Osvaldo, que reuniram um grupo de indígenas da aldeia Amambai e de outras aldeias, para invadir a fazenda sob o argumento de que a área pertenceria à aldeia Amambai. No dia da ocupação, vários indígenas teria sido ameaçados e a filha de João Gauto, atual capitão, também sofreu um ataque.

Diante das intrigas internas da comunidade, uma eleição foi realizada no dia 31 de julho para a escolha do capitão da aldeia Amambai.

FALE COM O PP 6s423v

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Leia também em Justiça! 12t4d

  1. Empresários são presos por vender celulares roubados em lojas de Cuiabá 4t6i22

  2. 5 empresários são alvos de operação contra agiotagem em Chapada dos Guimarães e Cuiabá 2x23i

    Cinco empresários, sendo quatro de Chapada dos Guimarães, a 65 km de...

  3. Homem é condenado por agressão contra ex (Foto: Divulgação/TJMS)

    Homem deve pagar R$ 20 mil à ex-mulher por agressão com madeira 2ge2k

    Justiça condenou um homem a pagar R$ 20 mil por danos morais...

  4. Ex-presidente da Câmara de Cuiabá confirmou a não participação na votação da nova Mesa Diretora. (Foto: Reprodução/Internet)

    Vereador afastado é alvo de operação da PF por compra de voto l145i

    O vereador por Cuiabá Chico 2000 (PL) é o alvo da Operação...

  5. Operação mira em candidato a vereador do PL que comprou apoiadores de colega de partido 1g4n5i

  6. O Hospital Central de Alta Complexidade, em Cuiabá, tem previsão para início do funcionamento em setembro deste ano. (Foto: Reprodução)

    Secretaria de Saúde tem 30 dias para corrigir falhas no contrato com Albert Einstein y2j5q