Contratos somam R$ 2 milhões, mas empresário tem salário de R$ 2 mil 4k5g11
MPMS aponta Adir como laranja em esquema investigado em Operação Cascalhos de Areia 3w4nu
Único preso durante cumprimento de mandados de busca e apreensão na última quinta-feira (15) na Operação Cascalhos de Areia, Adir Paulino Fernandes, 65 anos, tem contratos que somam quase R$ 200 milhões com a Prefeitura de Campo Grande.

No entanto, se apresenta como motorista e declara renda mensal de R$ 2 mil, segundo investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Para o órgão, no entanto, não se trata somente de mentira, mas também de encenação.
Único sócio da JR Comércio e Serviços, o idoso é apontado como laranja, nome dado a pessoas que “emprestam” seus nomes para serem usados em esquemas de corrupção.
No caso do motorista, são R$ 196,4 milhões em jogo, mais da metade dos R$ 300 milhões estimados em desvio de verba pública na Cascalhos de Areia.
Ele está no papel desde 2018, um ano depois de o esquema começar, segundo a investigação. O primeiro contrato firmado com o Executivo foi em 2019.
A hipótese de que Adir seria laranja foi levantada diante do estilo de vida não condizer com o robusto montante conseguido com os contratos.
Nas redes sociais, por exemplo, o ele aparece com fotos atreladas a carros de viagens e em registros de informações policiais tem como profissão assinalada a de “motorista autônomo”.
O endereço do suposto empresário também acendeu alerta, já que a residência é simples para alguém cifras milionárias em contratação com a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).
“O endereço residencial de Adir Paulino está localizado em área humilde, local em que existem casas de baixo padrão, destoando da condição financeira do empreendimento registrado em seu nome, que possui capital social de R$ 500 mil e contratos firmados com o Poder Público que somam R$ 196.408.789,75”, detalha parte do documento conseguido pelo Primeira Página.
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A apuração aponta que o real beneficiado foi Edcarlos Jesus da Silva, genro do motorista, que o usava para ter o ao montante milionário em contratos com a prefeitura de Campo Grande.
Tanto que Edcarlos tem, desde 2019, irs poderes em nome da empresa. A denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), ressalta, ainda, diversas licitações de pequeno porte para o fornecimento de materiais de consumo e alimentos com o Executivo municipal.
Em 2017 em ramos não habituais, a empresa começou a acumular licitações mais robustas, frisa o documento do MPMS. Neste ano, conforme os autos, o esquema alvo da Cascalhos de Areia começou e perdurou até 2022.
A reportagem tentou contato com Adir, bem como com sua defesa, mas não obteve retorno. Ele é defendido pela Defensoria Pública, que presta serviço à população de forma gratuita.