Condenado por feminicídio de Grazi vai ficar só mais 6 anos na prisão 422w1k
Lucas Pergentino Câmara foi condenado a 18 anos e seis meses por feminicídio ocorrido em 2020, em Campo Grande 6k212k
Condenado nesta terça-feira (17) a 18 anos e seis meses de prisão, Lucas Pergentino Câmara, de 29 anos, vai ficar mais seis anos em regime fechado, se for mantida essa condenação de primeiro grau. Ele está na cadeia desde abril de 2020, quando foi preso pela morte de Maria Grazielle Elias, de 21 anos, com quem se relacionou por oito anos.

Na época do crime, o casal estava em fase de separação.
A conta da pena a cumprir considera as regras para execução penal no Brasil, que dão aos condenados direito a progredir de regime, para um mais brando, à medida em que chegam à certa altura da pena.
No caso de Lucas, como foi condenado por um crime hediondo, é preciso cumprir, ao menos, três quintos da pena até alcançar o regime semiaberto. Como está na prisão há pouco mais de três anos é feita a detração, nome técnico para o desconto do tempo de prisão preventiva aguardando a definição do caso.
O julgamento 1k6c6d
Em pouco mais de seis horas de júri, o réu foi considerado culpado pelo conselho de sentença, formado por sete mulheres, depois de três anos e meio do feminicídio.
Os crimes pelos quais foi acusado são homicídio qualificado por feminicídio e traição e ainda por ocultação do corpo de Grazi, como era chamada a vítima.
Conforme a peça acusatória, baseada nas informações do inquérito DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), Lucas Pergentino Câmara matou a moça com um mata-leão, após os dois arem a noite juntos, no dia do aniversário dele.
Pelas descobertas da polícia, o corpo ficou na casa do condenado por várias horas, e depois foi jogado à beira da rodovia BR-262, em Campo Grande. Começou então uma procura por Grazi, até a localização do corpo, já em estado de decomposição, cinco dias depois do sumiço.
Preso preventivamente no dia 25 de abril, Lucas confessou o crime em depoimento gravado. Durante a instrução processual e no júri, alegou ter inventado tudo, por causa de uma sessão de tortura.
Durante o julgamento, foi apresentado o vídeo da confissão, no qual ele também afirma estar ileso e nega violência policial.
O que diz a defesa 255u23
“Vou apelar”, afirmou ao Primeira Página o advogado Marcos Ivan, sobre o resultado do júri do cliente.
O defensor voltou a repetir o argumento usado no júri de que a vítima “procurou o resultado”.
Segundo o advogado, o recurso para tentar derrubar a condenação vai focar no questionamento de que a morte foi por asfixia. A tese alegada é de que o laudo pericial não comprovou essa causa.
“A traição muito menos, porque na verdade ela já tinha sofrido violência doméstica, eles brigavam, se estapeavam, ela dava soco nele, ele dava soco nela. Não é possível que uma pessoa não saber que não poderia acontecer com ela, ela buscou o resultando também”.
Advogado Marcos Ivan
Da parte da acusação, a sentença foi considerada adequada e por isso não deve haver apelação, como informou o promotor José Arturo Bobadilla Garcia.