Caso Sophia: padrasto tenta anular júri e MP pede pena maior aos assassinos 451k6v

Ação penal agora vai ao TJMS para julgamento dos recursos 3g1110

Pouco mais de dois meses depois do julgamento que cravou 52 anos de prisão aos assassinos da menina Sophia Ocampo, a defesa do padrasto, Christian Campoçano, ingressou com recurso para tentar mudar o desfecho da história. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) tenta também dar outro tom, mas, o inverso, aumentar o tempo de prisão dele e da mãe da criança, Stephanie de Jesus.

Primeiro dia do julgamento do caso Sophia
Stephanie de Jesus e Christian Campoçano, réus no julgamento do caso Sophia, em Campo Grande. (Foto: Adriano Fernandes)

Ambos os recursos fizeram com que a ação penal saísse da primeira instância e fosse submetida ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Desta forma, caberá aos desembargadores decidirem. A defesa de Christian ainda não apresentou as razões, o fará em um segundo momento, mas o objetivo é anular o júri.

Já a promotora de Justiça Lívia Guadanhim Bariani rememorou detalhes do processo, como partes de depoimentos e conversas entre os dois condenados via aplicativo, reveladas por perícia nos celulares, em que a rotina de violência contra Sophia e os irmãos fica evidente.

Como na ocasião em que os três menores tiveram que comer em pé e apanharam por não terminarem as refeições ou quando citaram sufocar Sophia no com travesseiro para que parasse de chorar.

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Em outra troca de mensagem, Stephanie questiona se o então companheiro bateu no filho de 4 anos.

Stephanie: Eu acho que você deve ter espancado ele né.

Christian: Espancado foi pouco eu acabei de arrebentar ele. Foi

só murro só. Murro e chinelada no pé pra ele larga de ser besta.

Stephanie: Amor, eu imagino o que você fez com o guri, hora que
você mandou pra mim puta merda.

Christian: A Sophia tá sentada e quieta depois de ver eu batendo
no Iori.

Stephanie: É tipo o Iori quando me vê batendo na Sophia, também
fica quieto.

A promotora mostra novamente imagem da cabeça de Sophia sangrando, exatamente um ano antes de sua morte. O padrasto alega ter dado um “cascudo” para corrigir a criança que, naquele momento, tinha menos de dois anos.

A família é composta também por uma menina mais nova e um menino mais velho, este último fruto do primeiro relacionamento do condenado.

“Ressalta-se que o crime foi cometido por motivo fútil, dado que mataram a vítima em razão do mero desgostar em relação ao comportamento da criança, esperado para a tenra idade. Assim, denota-se que as condutas de ambos foram desarrazoadas e excessivas, bem como evidente a avantajada desproporção entre a motivação e o crime praticado”.

Christian Campoçano, réu (Foto: Geisy Garnes)
Christian Campoçano durante julgamento (Foto: Geisy Garnes)

Outro ponto destacado é o fato de Christian não ter emprego e ser usuário de drogas, inclusive, junto com Stephanie, fazer uso de entorpecentes no mesmo ambiente em que estavam as crianças e sustentar “personalidade agressiva, imatura, insensível, irresponsável, perversa e fria”.

Por fim, o MPMS reforça que o jovem estuprou Sophia “conforme se denota dos elementos e provas trazidos ao feito, sendo constatado que ocorreu a rotura himenal do órgão sexual da vítima” e o fez porque “se valia do fato de ficar responsável pelos cuidados das crianças em parte do dia, bem como pela higienização íntima de Sophia, tendo os fatos ocorrido em época anterior e recente”.

Para a promotora está “evidente a necessidade de revisão da dosimetria da pena e seu aumento, ante as circunstâncias judiciais da conduta social, personalidade e consequências do crime serem desfavoráveis aos apelados, bem como em razão da não aplicação da agravante da coabitação em relação ao crime de homicídio e estupro”.

Júri 2g4m5p

Os então acusados foram a júri popular no início de dezembro ado em julgamento que durou dois dias.

Sophia Jesus Ocampo, morta aos 2 anos em Campo Grande. (Foto: Rede Social)
Menina Sophia Ocampo (Foto: Redes Sociais)

Ele foi condenado a 32 anos de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, além de estupro de vulnerável. Da pena, 20 anos são pelo homicídio doloso, quando existe a intenção de matar, por motivo fútil e meio cruel. Os outros 12 anos foram somados pelo estupro da vítima.

Já a mãe foi condenada a 20 anos de prisão por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e homicídio doloso por omissão. O júri atendeu todas as teses do MP e da assistência de acusação.

No último dia 26 a morte da pequena Sophia completou dois anos.

Reveja como foram os dias de julgamento aqui: 6g5z5p

1° dia de julgamento

2° dia de julgamento

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