Bêbado e drogado: acusado de estuprar e esfaquear mulher afirma não lembrar de crime 326f1k
Felipe da Silva Gamarra é submetido a júri popular nesta sexta-feira e se declarou inocente 72284
Levado a júri popular nesta sexta-feira (11) por estuprar e tentar matar uma mulher a facadas no Jardim Carioca, em julho de 2019, Felipe da Silva Gamara afirmou que não se lembra do crime e só soube o que havia acontecido ao assistir as notícias na televisão. Em depoimento, alegou que estava “bêbado e drogado” e se recorda apenas de levantar com a roupa suja de sangue no dia seguinte.

O crime aconteceu na Rua Nara Leão. No dia, a vítima – que hoje tem 32 anos – ia para a casa da cunhada quando foi surpreendida por Felipe e arrastada para a uma área de mata da região. Lá, foi estuprada e esfaqueada 14 vezes pelo homem. Foi deixada gravemente ferida, mas, ainda assim, conseguiu pedir socorro e foi levada para a Santa Casa, onde ou dias internada.
Felipe foi preso dias depois em Anastácio, pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos). Estava escondido na casa da avó e ao ser detido confessou o crime, alegou que a intenção, inicialmente, era roubar a mulher, mas acabou cometendo o estupro e depois tentou matá-la para não ser reconhecido.
Na época estava foragido do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, onde cumpria pena por homicídio e cometia roubos na região para “sobreviver” e manter o vício em bebidas e drogas.
Hoje, diante do Conselho de Sentença da 2° Vara do Tribunal do Júri, mudou completamente a versão dos fatos e se declarou “inocente”. Felipe explicou ao juiz Aluízio Pereira dos Santos que não se lembra do crime, mas estava bêbado e drogado, por isso não sabe sequer como foi até o local em que a vítima foi abordada, a cerca de 900 metros de sua casa.
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Segundo Felipe, a única coisa que se recorda, é acordar no dia seguinte com as roupas sujas de sangue e assistir na televisão a notícia do crime. Primeiro, ele lavou o uniforme manchado e depois, fugiu para Anastácio, onde ficou escondido na casa da avó. Só acabou descoberto após brigar com o tio, o que hoje ele também negou ter acontecido.
Contradições entre as provas do crime e a versão de Felipe nesta manhã ficaram claras no depoimento. Apesar de falar que não se lembrava do rosto da vítima, quando uma foto foi mostrada no telão, o réu se recordou da mulher. Mesmo alegando não lembrava de nada, corrigiu a informação que jogou a faca no rio que corta a região. “Perdi a faca na beira do rio”.
“Sou inocente, sou errado, falo que esse Felipe que fez isso não fui eu, tenho vergonha de mim. É uma vergonha para minha família, quero pagar o que devo e ficar de cabeça erguida”, falou aos jurados. Apesar de negar o estupro e a tentativa de assassinato, o rapaz confessou que “pode ter sido ele” quem cometeu o crime.
Felipe é acusado de estupro e tentativa de feminicídio. Seu julgamento marca o primeiro júri de violência contra a mulher no mês em que celebra o Dia Internacional das Mulheres.
