Ar-condicionado comprado por R$ 12 mil alertou sobre fraude em MS 721a5e

Oito pessoas foram presas nesta quarta-feira (29/11), entre elas os secretários- adjuntos da SED (Secretaria de Estado de Educação) e da Casa Civil, por suspeita de envolvimento em esquema liderado por dois empresários 684y2q

A compra de aparelhos de ar-condicionado muito acima do valor de mercado foi o alerta para descoberta do esquema de corrupção denunciado pela operação “Turn Off”, que nessa quarta-feira (29) levou oito pessoas para a cadeia, entre elas os secretários-adjuntos da SED (Secretaria de Estado de Educação) e da Casa Civil.

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Lucas de Andrade Coutinho, um dos suspeitos de comandar o esquema. (Foto: Redes Sociais)

No contrato que foi o pontapé inicial para a investigação, um aparelho de 18.000 BTUs saiu por mais de R$ 12,7 mil – mais que dobro do valor de mercado identificado pela reportagem do Primeira Página.

Pela pesquisa feita na internet e com técnico especializado na instalação desse tipo de equipamento, uma máquina com a configuração informada custa entre R$ 3 mil e R$ 6 mil.

Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), todo o esquema começa com dois nomes: Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior. Irmãos e empresários que com a ajuda de servidores públicos conseguiram vencer as licitações estaduais com produtos superfaturados.

É justamente o caso dos aparelhos de ar-condicionado.

Um dos contratos investigados é para compra de 317 aparelhos com a empresa Isototal, que pertence a Lucas. Na lista, o que chama atenção são os valores de dois aparelhos: um de 18.000 BTUs no valor de R$ 12.793,00 – que tem preços de R$ 3 mil a R$ 6 mil – e o outro de 24.000 BTUs no valor de R$ 11.011,00.

Ao todo foram 99 aparelhos de ar-condicionado de R$ 12 mil e 104 no valor de R$ 11 mil.

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Quando a empresa que vencia a licitação não era a dos irmãos, era de parentes deles, indica a apuração. As equipes responsáveis pelos trabalhos encontraram o nome do tio dos empresários como “fornecedor” do estado.

A dupla também tinha um “operador do esquema”, identificado como sendo Victor Leite de Andrade, gerente financeiro de um posto de combustíveis ligado à família do empresário, que também é investigado como fonte de pagamento de propina.

A suspeita levantada é de que, para conseguir vencer os processos e superfaturar as compras, Lucas e Sérgio contavam com a ajuda do secretário adjunto da SED, Edio Antônio Resende de Castro, de Andréa Cristina Souza Lima, Simone Ramires de Oliveira Castro e Thiago Haruo Mishima, todos servidores públicos em cargos comissionados, aqueles que não exigem concurso público.

Ainda de acordo com a investigação, os suspeitos sequer faziam questão de esconder o esquema. No mesmo dia em que o pregão eletrônico foi realizado e a empresa dos irmãos venceu, em 24 de janeiro de 2021, Simone recebeu transferência vinda dos empresários para sua conta pessoal.

Foram identificadas transferências em outras duas datas: março e agosto de 2022. Além disso, foi descoberto o pagamento de propina em dinheiro no estacionamento da Secretaria de Educação.

O esquema ainda envolveria dois servidores municipais – Nilson dos Santos Pedroso e Fernando os Fernandes – os gestores da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) em Campo Grande, Paulo Henrique Muleta Andrade e Kellen de Lis Oliveira da Silva.

Paulo Henrique, conforme as pistas encontradas, direcionava as compras para a empresa indicadas pelos irmãos. Em troca, recebia 4% sobre o valor dos contratos feitos desde 2019. Em nota, a APAE afirmou que nunca percebeu nenhum tipo de irregularidade nos contratos da entidade.

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Foram presos:

  • Thiago Mishima, assessor parlamentar do deputado federal Geraldo Resende
  • Paulo Andrade, que é funcionário da Apae-MS;
  • Andreia Cristina, que atua como servidora da Contratação da SED (Secretaria de Estado de Educação);
  • Edio Antonio Resende de Castro, secretário adjunto da Sed (Secretaria Estadual de Educação) de Mato Grosso do Sul;
  • Sérgio Duarte Coutinho Junior, empresário;
  • Lucas de Andrade Coutinho, empresário;
  • Victor Leite de Andrade, empresário;

Eles aram por exame de corpo de delito durante a tarde dessa quarta-feira (29) e foram levados para presídios: os homens para o Centro de Triagem e as mulheres ao Estabelecimento Penitenciário Feminino Irmã Zorzi.

Nesta quinta-feira (30) Edio e o adjunto da Casa Civil, Flávio Brito, além de outros quatro servidores foram exonerados do cargo por suspeita de participação no esquema de corrupção.

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São eles; Andreia Cristina e Simone Oliveira Ramirez, servidoras da Contratação da SED e do Pregão da SAD (Secretaria de Estado de istração), Márcia Barbosa Borges e Pedro Henrique Caetano Monteiro Bastos, ambos da SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Todos os alvos da operação devem prestar depoimento ao Gaeco. A intenção é pegar contradições entre os envolvidos e até uma delação premiada. Além disso, todo o material apreendido será analisado pelos peritos, principalmente computadores e celulares.

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À reportagem, a defesa de Thiago Mishima, Antony Martinez, afirmou que só vai se pronunciar após ar os autos, assim como os advogados de Sérgio Duarte e Lucas, Marcos Barbosa de Oliveira e Tiago Bunning, respectivamente.

O advogado de Edio, Márcio Sandim, disse que já entrou com pedido de revogação da prisão do cliente. Bruno Camatte, que representa Simone, também aguarda liberação dos autos. As demais defesas não foram encontradas.

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