Advogada de Neymar livra Marquinhos de ação por crimes sexuais 5g4k5a
Ex-prefeito de Campo Grande é acusado de importunação sexual contra sete mulheres 1i1e4b
A defesa do ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), conseguiu a decisão no STJ (Superior Tribunal de Justiça) arquivando a ação na qual ele é acusado de crimes sexuais. O escândalo fez a campanha de Marquinhos ao governo de Mato Grosso do Sul desidratar em 2022, colocando-o em quinto lugar na votação, depois de aparecer entre os primeiros nas pesquisas.

No pedido de habeas corpus no STJ, Marquinhos foi representado por quatro advogados, entre eles Maíra Costa Fernandes, que em 2019 ficou conhecida em todo o país por defender o jogador de futebol Neymar, quando foi acusado de estupro por Nájila Trindade Mendes. Neymar acabou inocentado.
Marquinhos Trad já havia tentado derrubar a ação no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), sem êxito. Recorreu, então, ao Superior Tribunal de Justiça. O relator não concedeu liminar, deixando a apreciação para o colegiado, na avaliação do mérito.
No dia 8 de agosto de 2023, houve a votação de colegiado. Dois ministros entenderam que a ação penal devia ser mantida e outros dois votaram com a tese da defesa de Marquinhos, segundo apurou o Primeira Página. Um integrante da turma não estava presente.
Em casos de empate, a regra é beneficiar a tese do paciente, no caso o ex-mandatário.
O processo é sigiloso. Pelas informações levantadas na reportagem, a argumentação vencedora foi de que, embora “o encerramento prematuro da ação penal seja medida excepcional”, faltaram provas inequívocas contra Marquinhos.
Isso porque, para a tese vencedora, o que foi dito pelas vítimas não confirmou os atos de Marquinhos, “beijos na bochecha, abraços, mão na cintura, nas costas ou no cabelo” visavam à satisfação da sua lascívia no momento da sua prática.
Essas condutas, na tese pró-Marquinhos, “estão muito distantes do tipo penal e não apresentam as elementares necessárias à imputação de crimes contra a dignidade sexual”. Deixando a ação seguir, crime sexual poderia ser “banalizados a ponto de um beijo no rosto e um abraço”.
A ação corre na 3ª Vara Criminal em Campo Grande.
Relembre 6i4p33
O caso estourou em agosto do ano ado e acabou enterrando sua candidatura ao Governo de Mato Grosso do Sul. À época ele usou horário eleitoral para itir que havia traído a esposa, Tatiana Trad, porém negou as acusações de crime.
Em novembro foi entregue ao Judiciário a peça do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pedindo a responsabilização do ex-prefeito por crimes contra a dignidade sexual.
Durante o curso inquérito, chegaram a ser identificadas 16 denunciantes, quantidade que caiu em razão de prescrições ou entendimentos da própria justiça favoráveis ao investigado. A formalização acabou sendo com sete vítimas.
Marquinhos sustenta até hoje que foi vítima de armação política. Em abril do ano ado ele renunciou ao comando da capital para tentar o Executivo estadual, mas acabou em quinto lugar nas urnas.
A reportagem procurou o ex-prefeito, que não quis comentar a decisão, em razão do segredo de justiça.
Fora da prefeitura, o ex-prefeito está advogando no escritório do irmão, Fabio Trad, ex-deputado federal. Ambos são do PSD.