Desabafo de apresentadora sobre morte de advogada dá voz às mulheres e viraliza 49n15
O desabafo de Jaqueline Naujorks mostra a repercussão de um fato exaustivo e doloroso: a morte de mais uma mulher em Mato Grosso, pelas mãos de um feminicida 2e3p72
“O que faz um homem pensar que tem o direito de tirar a vida de uma mulher">Uma publicação compartilhada por TV Centro América (@tvcentroamerica)
Repercussão nas redes 2n2b1x
Com mais de 80 mil visualizações, o trecho do programa, onde Naujorks desabafa emocionada, mostra a repercussão de um fato exaustivo e doloroso: a morte de mais uma mulher em Mato Grosso, pelas mãos de um feminicida.
Jaqueline falou, ainda, da indignação em ver o brilho de Cristiane ser tirado por um homem, pelo simples fato de ela ser mulher.
Entretanto, como a própria Jaqueline afirmou na manhã desta quarta-feira (16), na coluna ‘Pelo direito de ser livre sem medo de morrer‘, não é de estatística que falamos!
Cristiane, segundo Naujorks, não é um número, não é “mais uma na estatística vergonhosa que faz de Mato Grosso um dos estados mais perigosos para uma mulher viver”.

A fala emocionada da apresentadora também tinha um outro ponto de indignação: após a notícia da morte da advogada cuiabana, redes sociais se encheram de comentários de pessoas culpando Cristiane por ter sido morta, relegando o assassinato à imprudência dela.
Advogada, empreendedora, filha, mãe, irmã, enfim, mulher! Mulher que estava se divertindo em um bar da Capital, onde foi vista por um homem que decidiu arrancar sua vida.
Até quando? 6w3f2t
Cristiane foi morta três dias após um julgamento que também comoveu Cuiabá: o réu Antônio Aluízio da Conceição Maciano foi condenado a 20 anos de prisão, em regime fechado, pelo feminicídio de Emilly Bispo da Cruz, em março deste ano, no Pedra 90, em Cuiabá.
O que Emilly e Cristiane têm em comum? Ambas – assim como outras 18 vítimas mortas por homens nos primeiros seis meses em MT – tiveram seus direitos de ir e vir, de viver em liberdade, arrancados.

Como Naujorks defende em sua coluna, são casos que, infelizmente, acontecem o tempo todo e, em muitas vezes, a atitude machista sequer é julgada.
Nas redes sociais, o desabafo de Jaqueline contou com outros. Diversas mulheres afirmando que “Cristiane era todas nós”, “todas morremos um pouco” além de um questionamento que não deixa de existir: “até quando?”

Cristiane, 48 anos 3h1l6j
Com agens como instrutora do Sebrae em Mato Grosso e Rondônia e servidora no MPMT (Ministério Público de Mato Grosso), Cristiane atuava como advogada, era viúva e deixou duas filhas, de 14 e 20 anos de idade.
O suspeito de ter matado a advogada Cristiane Fonseca Castrillon, de 48 anos, é Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos. Ele foi preso em flagrante, mas negou que tenha cometido o crime e disse que foi um acidente. A vítima foi encontrada morta dentro de um carro no Parque das Águas, em Cuiabá, no final da tarde desse domingo (13).

Cristiane era formada em Direito na Unic (Universidade de Cuiabá) em 1999, e pós-graduada em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho; Gestão do Agronegócio; Gestão, Governança e Setor Público e MBA em Gestão de Políticas Públicas Municipais.
Ela foi consultora e instrutora credenciada do Sebrae Mato Grosso. Depois, exerceu o mesmo cargo no Sebrae Rondônia. Também atuou na coordenação e gerenciamento das atividades do departamento e gestão do MPMT.
Cristiane havia completado 48 anos no dia 13 de junho, ou seja, exatamente 2 meses antes da sua morte.
A presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) seccional Mato Grosso, Gisela Cardoso, disse que a entidade vai acompanhar o caso.
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