Herança deixada de mãe para filha em favela é a espera por moradia 39224e
Histórias repetidas, esperas que são adas de mãe para filha como herança estão na série Planejamento Urbano 123g6f
Favela, Dom Antônio Barbosa, ocupação, barracos, espera. Quem cobre a editoria de Cidades de qualquer jornal acompanha a saga de famílias que há anos lutam por moradia digna. Se de um lado repórteres anotam no bloquinho frases esperançosas entre aspas, de outro, veem promessas serem ditas ao vento.

Planejamento urbano e o plano diretor de uma cidade têm relação direta com a vida destas famílias, em sua maioria chefiadas por mulheres, nas comunidades que se formam para reivindicar o que é claro desde a Constituição de 1988.
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Diovana Nascimento é um dos “novos velhos” rostos nas ocupações da região. Isso porque a mãe dela morou anos em barraco até conseguir moradia regular. “Encontrei filhas de mães que morava na Cidade de Deus e hoje estão na mesma situação, no mesmo como de espera. Conversei com uma jovem que ela não fez outra coisa a não ser sonhar com uma moradia digna a vida inteira”, descreve o repórter Fabiano Arruda.
Histórias repetidas, esperas que são adas de mãe para filha como herança. Na série Planejamento Urbano, que estreia no Primeira Página neste domingo (26) e será exibida a partir de segunda-feira (27) no Bom Dia MS, a primeira reportagem traz relatos fortes de quem vive à espera.

Dos 39 anos de vida, Fabiano tem quase 20 de jornalismo e já deu voz às primeiras gerações que ocupavam favelas ali.
“Eu já conhecia o Dom Antônio Barbosa, mas fiquei surpreso com o que reencontrei. Porque lembro de ter feito reportagem lá quando era um movimento de acabar com ocupação irregular, dar moradia digna às pessoas e na época uma série de autoridades iam lá. Voltando agora, percebi que as pessoas que ficaram na espera das moradias que o poder público prometeu esperaram tanto, que uma nova favela surgiu aos fundos. Aquela favela se desfez, e outra nasceu na região”, narra Fabiano.
Toda uma equipe de produção, reportagem e edição se debruçou em documentos, no plano diretor que é a basicamente as diretrizes para a ocupação de uma cidade, e registrou contrastes entre o que a teoria traz e o que deveria ser a prática.

“A gente tem o olhar da cidade a partir de onde moramos, onde amos, e quando vemos a realidade das outras pessoas fica claro o quanto Campo Grande precisa pensar no planejamento urbano mais amplo, para além da região central”, analisa o editor da série, Gustavo Arakaki.
Até uma reportagem ir ao ar tem muito trabalho nos bastidores e, ele começa na produção, responsável por pensar nos personagens, conteúdo, imagens e preparar todo o roteiro.
“Fui primeiro pesquisar sobre o plano diretor, ir atrás de famílias e histórias para mostrar o crescimento em cada região de Campo Grande. Foram várias pessoas envolvidas para dar dimensão tanto do crescimento como do vazio na cidade”, explica a produtora Kharina Prado.
O grande desafio de uma Campo Grande igual para todos os moradores, nas sete regiões da cidade, é o tema da série Planejamento Urbano. Nela, além dos relatos dos personagens, a equipe questiona às fontes técnicas por quê a cidade não consegue contemplar a todos?
As reportagens vão ao ar a partir deste domingo (26), às 16h, no Primeira Página, e na segunda-feira (27) no telejornal Bom Dia MS.