Jogador do Cuiabá vira réu por suposto esquema de manipulação de resultados de jogos da série B 214s49
Conforme a denúncia, os jogadores profissionais eram 'contratados' para manipular os resultados ou promoverem eventos durante o jogo, como levar cartão amarelo 61251x
O jogador Mateusinho, do Cuiabá, e outros sete atletas de diferentes times se tornaram réus, nesta quinta-feira (16), acusados por envolvimento em um esquema de manipulação de jogos da Série B do Brasileirão no ano ado. A pena do crime pode chegar a seis anos de prisão.

A denúncia oferecida pelo MPGO (Ministério Público de Goiás), pelo crime de corrupção esportivas, foi aceita pela Justiça. A pena prevê reclusão de dois a seis anos e ainda multa.
A investigação foi conduzida pelo conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Os atletas envolvidos que se tornaram réus são:
- Mateusinho (Cuiabá)
- Romário (ex-Vila Nova)
- Joseph (Tombense)
- Gabriel Domingos (Vila Nova)
- Allan Godói (Sampaio Corrêa)
- André Queixo (Ituano)
- Ygor Catatau (atua em time do Irã)
- Paulo Sérgio (Operário-PR)
Além deles, tornaram-se réus na ação Bruno Lopez de Moura (vulgo BL), Camila Silva da Motta, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes e Zildo Peixoto Neto. BL seria o líder do “núcleo de apostadores”.
A reportagem procurou o Cuiabá EC, que informou que não vai se posicionar sobre o assunto. Também tenta contato com o jogador.
Como funcionava o esquema 4e2h7
O Gaeco constatou a atuação concreta de organização criminosa especializada em corromper atletas profissionais para manipulação de resultados e eventos relacionados a diversos jogos de campeonatos de futebol, inclusive com diversas condutas criminosas praticadas em Goiás.
Segundo a denúncia, a atuação consistia em abordar jogadores profissionais com a oferta de valores em torno de R$ 150 mil para cada atleta “contratado” para atuar no esquema. Eles eram pagos, como “sinal” da negociação, adiantado no valor médio de R$ 10 mil.
A oferta se destinava a convencê-los a manipularem resultados ou assegurarem a ocorrência de eventos durante os jogos, como cometer pênaltis no primeiro tempo, cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida, diferença de gols no primeiro tempo, entre outros, sempre em jogos previamente selecionados.
Conforme a investigação, a corrupção tinha a intenção de assegurar aos denunciados expressivos lucros em apostas feitas por eles em sites de casas esportivas, contando com elevado número de contas criadas nos mesmos sites, geralmente em nome de terceiros, como forma de assegurar e maximizar os ganhos ilegais.
Início da investigação 3a572v
Segundo o MPGO, o grupo era especializado em fraudar resultados de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. O objetivo era influenciar apostas esportivas de altos valores.
A investigação do Gaeco teve início após o presidente do Vila Nova Futebol Club, Hugo Jorge Bravo de Carvalho, apresentar indícios de corrupção esportiva por um suspeito. O clube seria uma agremiações envolvidas nas partidas e, inclusive, potencialmente vítima do esquema.
Ele apontou evidências da atuação ilícita do réu Bruno Lopez na manipulação dos resultados das partidas entre Vila Nova x Sport, Tombense x Criciúma e Sampaio Corrêa x Londrina visando a beneficiar apostadores.
Segundo relatou, Bruno afirmou para ele que realizara tratativas com Romário, atleta do Vila Nova, para que organizasse e providenciasse, ainda que com terceiros, o cometimento de pênalti de sua equipe no primeiro tempo da partida que ainda seria realizada com o Sport Club Recife.
Bruno Lopez relatou ainda ao presidente do Vila Nova que também realizou tratativas com outros dois atletas, um do Sampaio Corrêa Futebol Clube e outro da Tombense Futebol Clube, para que igualmente assegurassem a ocorrência de penalidade máxima no primeiro tempo das partidas entre Sampaio Corrêa x Londrina e Tombense x Criciúma, o que de fato ocorreu. A ocorrência das penalidades favoreceria alguns apostadores.