Da farmácia para a cozinha: mãe troca carreira para viver a maternidade de perto 3s6e5
Após a maternidade, farmacêutica de Cuiabá larga carreira para empreender com bolos e ficar mais perto da filha 5a3e30
Trocar o jaleco por confeitos coloridos não estava nos planos da farmacêutica Patrícia da Silva Manzano Holetz, até a maternidade transformar a vida dela. Após o nascimento da filha Elisa, hoje com um ano e meio, ela escolheu abrir mão da rotina na farmácia de manipulação para empreender e viver de perto cada fase do crescimento da menina.

“Eu nunca planejei sair do meu trabalho. A ideia era tirar a licença maternidade e voltar. Mas quando a Elisa nasceu, parece que virou uma chave dentro de mim”, conta Patrícia, que trabalhou como farmacêutica por oito anos. A decisão, como tantas que acompanham a maternidade, não foi fácil. Mas, para ela, essencial.
Patrícia e o marido Ricardo Holetz sempre quiseram ter filhos, mas o sonho precisou esperar. Casaram-se durante a pandemia e, com tantas incertezas, optaram por adiar a chegada de um bebê.
Quando o momento certo finalmente chegou, enfrentaram outro desafio: a endometriose profunda que Patrícia carrega há anos tornou necessário um tratamento de fertilização in vitro.
“A Elisa foi muito planejada. Na primeira tentativa deu certo, e graças a Deus, a gestação foi tranquila”, relembra.

Durante os primeiros meses da bebê, Patrícia ou a repensar o retorno ao trabalho.
“Minha carga horária era muito alta. Para ela, tão pequena, significaria ar o dia inteiro em uma escolinha. Isso me doía. A Elisa sempre foi muito apegada a mim, fez amamentação exclusiva… não queria perder esse momento”, conta.
Sem um planejamento financeiro muito elaborado, o casal reavaliou despesas e reorganizou a rotina. Foi aí que uma ideia simples começou a tomar forma – e crescer como fermento: os bolos. “Tudo começou com o bolo do aniversário da Elisa. Resolvi fazer eu mesma. Fui me aperfeiçoando vendo vídeos, treinando… e quando vi, já estava vendendo no condomínio”.
O que começou de forma improvisada virou negócio. Patrícia começou a receber encomendas, principalmente de bolos sem glúten e sem lactose, um nicho pouco explorado. Aos poucos, ou a oferecer bolos tradicionais, doces e sobremesas. E encontrou na confeitaria uma nova paixão.
“Eu me descobri nisso. Gosto de cozinhar, gosto de produzir… e é uma renda que ajuda muito. Hoje consigo trabalhar perto da minha filha.”

A rotina agora é dividida entre cuidados com Elisa e fornadas na cozinha. “A melhor parte de ser mãe é acompanhar cada conquista. Vê-la me chamando de mamãe, me abraçando… não tem preço. E poder estar com ela todos os dias é algo que eu jamais trocaria.”
Com planos de investir nas redes sociais e se profissionalizar na confeitaria, Patrícia não descarta voltar à farmácia no futuro, mas por enquanto, está exatamente onde gostaria de estar: ao lado da filha, vivendo a doçura da maternidade – com cheiro de bolo fresco no ar.