Defesa de doutorado em MS prova que lugar de LGBT é na universidade 5b5e2y

Em data histórica, Marco Aurélio de Almeida, de 38 anos, conquistou doutorado com tese sobre o lugar de fala de LGBTs nas universidades 1t5m5u

O Dia Internacional contra a Homofobia, celebrado nesta quarta-feira, 17 de maio, também é um dia de orgulho e comemoração para o servidor público, Marco Aurélio de Almeida, de 38 anos. Na manhã de hoje, o pesquisador foi aprovado Doutor pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), em Campo Grande, analisando justamente a importância do lugar de fala de LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis/Transexuais) nas universidades.

WhatsApp Image 2023 05 17 at 16.08.35 1
Da esquerda para a direita, Ruth Pavan, Adir Casaro, Samilo Takara, Marco Aurélio, Megg Rayara e Carlos Magno. (Foto: Adriano Fernandes)

Leia mais n1u6n

  1. Bebê de 3 meses morre à espera de atendimento 265i6

  2. Empresa de CG realiza 1ª exportação para a Suíça com apoio do Sebrae 6j2x16

  3. Liga Terrão MS abre inscrições e terá R$ 100 mil em prêmios 655y2g

Durante a pesquisa, Marco Aurélio entrevistou nove estudantes LGBTs da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).

O pesquisador relatou um pouco da história de vida desses personagens e, principalmente, eventuais discriminações, ofensas, ameaças e demais constrangimentos que eles tenham sofrido no ambiente universitário.

“Eu me propus a analisar como essas pessoas se veem representadas nesses espaços [universidades]. Se elas estão ou não sendo respeitadas e quais os desafios que essas pessoas enfrentam no ambiente acadêmico, por ser quem são”, afirma.

Na tese, o pesquisador também trabalhou os conceitos teóricos relacionados à gênero e orientação sexual, analisou qual é o envolvimento de LGBTs nos coletivos universitários e quais as diferentes percepções destes alunos que se reconhecem enquanto negros, brancos e indígenas.

Com base nessa pesquisa, Marco Aurélio propõe uma reflexão sobre a necessidade de transformar os espaços universitários ainda tão excludentes em ambientes mais plurais.

“É uma vitória minha e para o movimento porque não é todo dia que uma pessoa não-binária, conquista um título de doutor. Ainda mais no dia 17 de maio, uma data que é tão importante para o movimento LGBT”, comenta Marco.

A aprovação é sinônimo de orgulho e alívio para Marco Aurélio depois de muitas noites em claro estudando, inúmeras pesquisas e centenas de horas na frente do computador. A defesa da tese contou com a presença dos amigos que Marco Aurélio fez ao longo dos anos de trabalho dedicados aos movimentos sociais e à área da saúde.

Primeira doutora travesti e negra do país 5b4b2t

Entre os cinco integrantes da banca de avaliação da tese de Marco Aurélio, uma presença ilustre: a primeira travesti negra doutora em educação do Brasil, Megg Rayara Gomes de Oliveira.

Megg Rayara é docente da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e uma de pessoas que acompanharam a trajetória acadêmica de Marco Aurélio. Megg destaca a importância do conhecimento acadêmico que é produzido por LGBTs.

“É fundamental que LGBTs produzam debates, epistemologias para desmontar essa ideia posta nos espaços acadêmicos de que somente pessoas brancas, cisgêneras, heterossexuais, são capazes de produzir conhecimento. A defesa do Marco Aurélio é um ato político e quem ganha não são somente os LGBTs, mas a sociedade como um todo. É fundamental que essa produção acadêmica circule, que ela seja transformada em artigos, livros e que não fique restrita só neste universo”, comenta.

Em 2017, Megg Rayara se tornou a primeira travesti negra a receber um título de doutora no Brasil. Sua tese teve por tema racismo e homofobia na Educação. De lá para cá, Megg tomou posse na universidade em que conquistou o título de doutora, a UFPR, e segue inspirando outras transexuais e travestis que assim como ela, rompem todas as barreiras impostas pelo preconceito.

“Eu sempre falo que do ponto de vista pessoal, social e coletiva, o meu doutora é uma conquista muito importante. Mas a gente também deve lembrar que demorou muito tempo para uma travesti negra defender um doutorado no Brasil. Ou seja, a gente tem um processo de consolidação e constituição do espaço acadêmico no país, que começa a se efetivar no inicio do século 20, mas não vai abrindo espaço para todas as pessoas, por isso é fundamental que a gente denuncie: demorou demais”, conclui.

A banca de avaliação da tese de doutorado de Marco Aurélio também foi composta pelos professores doutores Samilo Takara (UNIR), Carlos Magno Nagles (UCDB), Ruth Pavan (UCDB) e Adir Casaro Nascimento (UCDB) .

WhatsApp Image 2023 05 17 at 16.08.35 2
Amigos e professores que participaram da banca de Marco Aurélio. (Foto: Adriano Fernandes)

FALE COM O PP 6s423v

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Leia também em Educação! 1e4m42

  1. Últimos dias para pedir atendimento especializado no Enem 2025 6k4r3k

  2. Teletrabalho; computador (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    Oficina gratuita ensina como fortalecer a comunicação comunitária e combater fake news ad39

  3. Diploma

    Já tem diploma? UEMS abre inscrições para nova graduação 5i3c5j

    UEMS abre vagas para nova graduação de quem já tem diploma. Inscrições...

  4. Estudantes em local de prova do Enade 2024 em Campo Grande (Foto: Willian Guedes)

    Provas do Enade ocorrem em outubro e novembro 5l5q31

    O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) publicou...

  5. Tatu-canastra e tamanduá são estrelas de exposição em Campo Grande 5a245y

    Conhecidos e aclamados pelos leitores do Primeira Página, tatu-canastra e tamanduá-bandeira serão...

  6. MP diz que escola em Juína será fechada sem ouvir comunidade; governo nega 2m284n