Da aldeia à universidade, jovens provam que lugar de indígena é onde quiser 6v32d

Ernan Júlio Antonio e Luana Salvador Rodrigues, ambos de 18 anos, vivem na Aldeia Cachoeirinha e aram para Medicina e Direito, respectivamente q62s

A Aldeia Cachoeirinha, em Miranda, município a 190 quilômetros de Campo Grande, está em festa! O motivo da comemoração é a aprovação de dois jovens indígenas nos cursos de Direito e Medicina em universidades públicas de Mato Grosso do Sul. Ernan e Luana fazem parte dos 35 acadêmicos da comunidade. Uma conquista para o povo Terena.

Ernan e Luana
Ernan Júlio Antonio e Luana Salvador Rodrigues, ambos de 18 anos; ele, aprovado em Medicina, na UEMS, e ela em 1º lugar para Direito, na UFMS. (Foto: Arquivo Pessoal)

A área da saúde sempre chamou atenção de Ernan Júlio Antonio, de 18 anos, que ou para Medicina na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

“É um grande avanço para o nosso povo. Uma vez que, para nós, até um tempo atrás, era algo inimaginável. Ele está ocupando um espaço, e a gente fica muito feliz. Ele vai provar que o indígena, o povo originário, também é capaz de estar ocupando esse espaço”. 

Cacique Ed, da Aldeia Cachoeirinha

No telefone, é possível sentir a alegria do pai ao ver o filho mais velho ser um futuro médico. Ed atua em uma escola como assistente de atividades educacionais da SED (Secretaria de Estado de Educação) e sempre incentivou Ernan aos estudos. 

“A gente foi conversando com ele, fazendo um teste vocacional, e descobrindo que Medicina era uma opção dele. Ele se identificou porque na família nós temos técnico de enfermagem, temos enfermeiro. Então, a gente fez questão do conhecimento dele, preparando, moldando ele pra chegar nesse momento”, explica Ed. 

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O jovem estudou o ensino médio em Miranda, já frequentou a Fundação Bradesco, mas concluiu os estudos na comunidade indígena. Antes de ar no vestibular, foi aprovado em um concurso público da cidade.

“Eu tive que me organizar, porque no terceiro ano eu fui aprovado no concurso público aqui da cidade de Miranda, e aí eu acabei assumindo. Eu ia trabalhar, e nas horas vagas eu fazia um pouquinho de leitura, praticava redação, e foi sendo assim. Dia após dia. Apesar das dificuldades eu tive que me adaptar (…) Eu estava competindo com 73 candidatos”. 

Ernan Júlio, de 18 anos

No dia 15 de março as aulas começam na UEMS, e é claro que Ernan está ansioso pela nova etapa de sua vida. “Eu estou muito [ansioso]. Vai dar tudo certo, vai ser muito legal”, festeja o rapaz. 

1º lugar para Direito 5p1v6

A outra comemoração na Aldeia Cachoeirinha é o primeiro lugar para Direito de Luana Salvador Rodrigues, de 18 anos, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O pai dela, assim como de Ernan, está cheio de orgulho.

“Orgulho para a família, e uma conquista para a nossa comunidade terena”. 

Bartolino José Rodrigues, professor na rede estadual e formado em História na UFMS, em Aquidauana

Segundo o pai, Luana sempre quis ser advogada e sonha também em ser policial. “Foi o primeiro vestibular que ela fez, e teve privilégio de ar em primeiro lugar”, diz Bartolino, todo orgulhoso. 

Confira abaixo um vídeo gravado na aldeia, onde mostra a bisavó de Luana, Águeda Antônio, de 86 anos, pedindo proteção dos ancestrais para essa nova jornada da bisneta:

LUANA E BISAVO FRAME
Luana recebendo abraço da bisavó. (Foto: Reprodução)

A futura advogada estudou na aldeia desde a pré escola até o ensino médio. Esse lado estudiosos da jovem não é à toa. Atualmente, ele está finalizando o mestrado na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). 

Antes de alcançar os estudos, ele trabalhou na usina de corte de cana e como pedreiro. 

“É uma imensa alegria. Devemos ocupar espaços. Vivemos em nosso país de miscigenação, e todos somos capazes, quanto indígenas, ao tratar de nossos direitos. Deparamos com as invisibilidade social, e queremos ser visto e ser respeitados na sociedade”, pede Bartolino.

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