Alunos de Medicina em MS têm conta com meio milhão zerada 5e5f4i
A Brave, que tem sede em Florianópolis (SC), ganhou o Brasil rapidamente. Aos poucos, as formaturas “incríveis”, programadas em outros estados começaram a não acontecer n522q
Anos de estudo para entrar no curso mais concorrido do país: Medicina. Na faculdade, pelo menos seis anos até a tão esperada formatura. Justamente por isso, as festas para encerrar o ciclo são grandiosas e muitas vezes, exigem esforço da família para acontecer. Na última semana, estudantes de várias regiões do Brasil viram o sonho e o dinheiro reunido por meses, ir por água baixo. Não foi diferente em Mato Grosso do Sul, onde também há vítimas.

Em uma busca rápida na Internet, a Brave Brasil Formaturas e Evento aparece como “a maior empresa de formaturas de medicina do país”. No site, fotos das festas já realizadas por eles mostram exatamente isso. Os pacotes para fechar contrato com a empresa são ainda mais tentadores: viagens, eventos ao longo dos anos de faculdade e por fim, uma noite de gala, com decoração luxuosa, muita bebida e atrações de nível nacional.
Por isso, não foi à toa que a Brave, sediada em Florianópolis (SC), ganhou o Brasil rapidamente e chegou a Mato Grosso do Sul. Aos poucos, as formaturas “incríveis”, programadas em outros estados, começaram a não acontecer, desfalques milionários viraram denúncia no Fantástico, acendendo o alerta para turmas daqui.
Já não havia mais o que fazer. Só uma turma de medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) viu mais cerca de R$ 500 mil desaparecer da conta destinada à festa de formatura. É o que conta Laís Amâncio de Souza, de 23 anos, estudante do penúltimo semestre e presidente da comissão de formandos.
“No nosso contrato tinha que todas as nossas mensalidades eram para cair uma conta específica, mas precisaria da minha autorização para fazer a movimentação. Fomos fazer uma festa no fim do ano ado, até então não tínhamos feito nada com eles. Reparamos que eles não tinham pedido para nada, aí levantou o alerta. Ficamos mais em cima, pedíamos comprovantes, mas até hoje eles não mandaram os comprovantes da última festa. Assim que estourou [a denúncia], pedimos a prestação de contas, eles não mandaram e pararam de responder. Fiquei olhando todos os dias, o dinheiro foi diminuindo”.
A conta que até o fim do ano ado já somava R$ 570 mil, virou 2023 com apenas 36 mil reais, hoje, não existe mais nada. “A conta foi raspada”, reforça o advogado Leonardo Avelinio Duarte, contratado por 46 alunos da UFMS para resolver a situação na justiça.
“A empresa procurou eles, fizeram a melhor a proposta. Todos aderiram o plano em julho de 2020. O valor gira em torno de R$ 20 mil por formando, mas cada boleto é um, o plano mudava de acordo com o aluno. Agora a empresa está incomunicável. Entramos com o processo na quinta-feira (26), o rombo é de mais de meio milhão”, explicou o defensor.
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A mesma angústia é compartilhada pelos alunos da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Lá, os estudantes ainda reúnem provas para entrar com o processo com a empresa e por isso preferem não comentar sobre o assunto, mas quem sonhava com a formatura, já perdeu a esperança em usar a roupa de gala e levar a família para comemorar os anos de sacrifício.
“Já estou me conformando que não vou ter formatura. Na última vez que a gente viu, eles tinham mais de 60 processos, então não tem jeito, eles vão falir de qualquer jeito”, lamentou uma das estudantes. Conforme apurado pela reportagem, a empresa acumula nos Paraná, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.
A reportagem procurou a empresa, mas até o momento não obteve retorno.