Sem crise! Negócios se expandem em MT mesmo na pandemia 6o5718
Dados mostram que o Estado apresentou crescimento de 20%, com a abertura de mais de 62,5 mil novas empresas em 2021 6jz1b
Ainda que a pandemia do novo coronavírus tenha fragilizado a sociedade como um todo, alguns setores de negócios viram seu faturamento expandir de forma significativa em Mato Grosso, como o de serviços, negócios imobiliários, mercado pet, indústrias e comércio virtual, entre outros. Muitos conseguiram fechar 2021 com alta nos rendimentos e boas expectativas para 2022.
Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que as empresas prestadoras de serviço em Mato Grosso tiveram um incremento de 3,2% na receita. A Jucemat (Junta Comercial de Mato Grosso) registrou a abertura de 75.058 novas empresas de janeiro a dezembro de 2021.

Conforme o levantamento feito pela estatal, o crescimento foi de 20,08% em comparação ao mesmo período de 2020 quando foram abertos 62.506 empreendimentos no Estado.
Do total contabilizado, o maior volume de criação de novas empresas ocorreu no setor de serviços que fechou o ano com 46.773 registros, enquanto que em 2020, chegou a 38.673, um acréscimo de 20,94%.
O comércio aparece na segunda colocação quanto a inscrições de novos CNPJs com 22.214 em 2021, contra 18.719 no ano anterior, incremento de 18,67%. A indústria teve saldo de 6.071 novos empreendimentos em 2021 e 5.114 em 2020, uma evolução de 18,71%.
Negócios imobiliários 7313r
Apesar da pandemia, há muitos novos negócios sendo abertos, alguns de grande porte. O Secovi (Sindicato da Habitação de Mato Grosso) divulgou os resultados do 3º trimestre de 2021 do mercado imobiliário em Cuiabá, quando se atingiu a marca de R$ 1,2 bilhão em valores transacionados em pouco mais de 3,2 mil unidades comercializadas.
Marco Sérgio Pessoz é presidente do Secovi. Ao Primeira Página, ele afirmou que o ‘boom’ no setor se dá por vários fatores, como a baixa taxa de juros, redução da taxa Selic e a própria necessidade de se morar melhor, devido ao isolamento imposto pela pandemia.

“Tudo isso criou condições propícias para o mercado imobiliário voltar à normalidade. Não podemos esquecer que vínhamos de quatro anos bem ruins para o mercado devido às condições macroeconômicas não estarem boas. Agora, estamos falando de terrenos e casas, principalmente alto padrão, que teve um aumento próximo de 100%”.
Os resultados são os melhores já registrados para o período desde o início do estudo, que começou em 2015. O valor total financiado também foi o melhor para o período, chegando a R$ 229 milhões, alta de 18,91% no comparativo com o mesmo trimestre de 2020.
“O que preocupa um pouco é a alta nos juros que começou agora. No entanto, acredito que seja temporário. Cremos que 2022 será um ano seguindo a tendência de 2021. O mercado imobiliário provou que é sólido, que gera bons retorno para investidores e para quem deseja realizar seus sonhos”, completou o presidente.
Mercado Pet 45o3t
Em Mato Grosso, o CRMV-MT (Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MT) mostrou ao Primeira Página o saldo positivo do crescimento do setor. De 2019, o número de pet shops no Estado saltou de 295 estabelecimentos para 488, em 2021. Havia em 2019, 145 empresas de banho e tosa e, em 2021, o crescimento foi de quase 100%, chegando a 300 lojas em Mato Grosso.

“O setor pet brasileiro vem crescendo nos últimos anos. Hoje já é um dos maiores do mundo, gerando bilhões de reais. O médico veterinário tem papel importantíssimo neste setor, pois sua atuação garante a saúde animal e também o bem-estar. Neste período de pandemia as famílias adquiriram um animal de estimação, seja através da adoção, doação ou compra, levando ao aumento de serviços e vendas de produtos da linha pet e o aumento da demanda por cuidados com a saúde”, disse Roberto Renato, presidente do CRMV-MT.
Em comparação a 2020, o crescimento foi de 22,1% no país. O carro-chefe é o pet food, que sozinho gerou R$ 26,8 bilhões em receita, seguido pela venda de animais de estimação, movimentando R$ 5,6 bilhões; produtos veterinários, R$ 5,3 bilhões; serviços gerais, R$ 4,6 bilhões; serviços veterinários, R$ 4,6 bilhões, e produtos de higiene e bem-estar animal, o pet care, R$ 2,7 bilhões.
Dados do Instituto Pet Brasil mostram um faturamento na ordem de R$ 50 bilhões somente em 2021, com produtos e serviços voltados aos cuidados com os animais domésticos.
Diante do crescimento do mercado, a diversificação de produtos gera lucros e as novas tendências impulsionam também o mercado da alimentação, afinal nem só de ração vivem os pets. Seguindo a linha da alimentação natural, Joselaine Oliveira, 41 anos, abriu a empresa Pet Sabores, criada em Cuiabá com a proposta de ofertar alimentos sem conservantes. Tudo é natural.
“Criei a empresa porque meu cachorro pegou a doença do carrapato e ficou internado. Eu não conhecia nada de alimentação natural, mas a veterinária prescreveu comida para ele e eu fui pesquisar, fiz curso e comecei a fazer a comidinha dele. Resolvi abrir uma empresa para ajudar outros cães e gatos com uma alimentação mais saudável, sem conservantes e nem química. Depois de um ano, resolvi ampliar a empresa e comecei a confeitar também”, conta.
Setor farmacêutico 6q393r
A pandemia sobrecarregou muito o sistema de saúde, tanto privado como público, e como consequência a busca por medicamentos teve um crescimento bem acima de qualquer projeção. Dados do CRF-MT (Conselho Regional de Farmácia) mostra que o mercado farmacêutico, em 2019, apresentou uma taxa de crescimento de 11,5% ao ano.
Com a pandemia em 2020, os dados demonstraram um crescimento de 15,4% ao ano. Segundo presidente do CRF-MT, Luís Köhler, em 2019, eram 258 empresas. Em 2020, 234 novas e, em 2021, foram abertas 292 novos empreendimentos. Ao todo, são 3.343 empresas ativas do setor.

“Não registramos somente farmácias, mas drogarias, distribuidoras, laboratórios, hospitais e uma gama de estabelecimentos. A expansão de redes tem ocorrido muito em Mato Grosso e tem trazido mais lojas novas, assim como farmácias independentes que também estão crescendo, abrindo filiais, e a expectativa é que esse crescimento ultrae 15%”, disse ao Primeira Página.
A farmácia é um estabelecimento de saúde e a pandemia trouxe muitas oportunidades, porque há diversos serviços prestados, como testes de covid. Nesse ponto, durante a pandemia a farmácia foi o primeiro local que as pessoas procuraram quando surgiam os primeiros sintomas. Elas não fecharam as portas e o farmacêutico sempre esteve ali fazendo testes, dando orientações e atenção à saúde”, completou Luís.
Mercado virtual 565268
Segundo dados do Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, agência de SEO (Search Engine Optimization), os principais varejistas virtuais no país receberam um total 1,72 bilhão de os no mês de dezembro último, ficando próximo da média mensal de 2021 (1,75 bi).
O relatório mostra que, em média, cada brasileiro ou cerca de oito vezes sites de e-commerce no mês. Cada o, por sua vez, pode ter a visualização de muitas páginas. Os canais preferidos para chegar às lojas são “direto” (quando digita o endereço da loja, que representa 44% dos os), busca orgânica (26,6%) e busca paga (19,4%). Tráfego de redes sociais representam apenas 3,1%.

O setor que teve a maior alta registrada foi o de itens automotivos, que cresceu 2,96%, o que pode estar relacionado às férias e viagens de carro.
De acordo com o estudo da Conversion, a lista dos dez maiores sites é composta de:
- MercadoLivre
- Americanas
- Amazon Brasil
- Magazine Luiza
- Shopee
- Casas Bahia
- AliExpress
- Netshoes
- Booking
- Samsung
Bares, Restaurantes e Hotéis 4j2e1q
Procurado pela reportagem, o Sindecombares (Sindicato dos Bares e Restaurante de Mato Grosso), representado pelo presidente Carlos Nigro, disse que o setor não apresentou crescimento. No entanto, é visível a recuperação dessa categoria, que durante a pandemia foi uma dos mais prejudicadas pelos decretos que proibiam atendimentos presenciais e aglomerações.
Em Cuiabá, diversos estabelecimentos foram reabertos e outros inaugurados em 2020, alguns de grande porte como uma franquia de lanchonete temática, que possui 33 lojas no Brasil, sorveterias, restaurantes, bares e deliveries.

Segundo a advogada do SHRBS (Sindicato Intermunicipal dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Mato Grosso) Cláudia Aquino, as expectativas para 2022 são boas, embora os comerciantes devam estar muito atentos aos custos. Energia, gás, mão de obra e matéria-prima são itens que comprometem muito o resultado.
“Certamente teremos boas surpresas no estado. O setor é muito dinâmico e está se profissionalizando bastante. As grandes redes descobriram Mato Grosso e onde vai uma ou duas, as outras marcas são automaticamente atraídas”.
De acordo com ela, Cuiabá receberá nos próximos meses um bar 24 horas e uma boate de alto padrão, todos na região da Estrada do Moinho.
Indústrias em Mato Grosso p1l40
O crescimento industrial pode ser exemplificado pela evolução no número de estabelecimentos divulgado pela RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) 2019 e 2020. Segundo os dados, o setor industrial apresentou uma expansão de aproximadamente 5% no número de empresas criadas, o que significa um aumento de 572 novos empreendimentos, chegando a 11.370 estabelecimentos em 2020.
O número de empresas de grande porte cresceu, saindo de 42 empreendimentos para 208. Os portes são divididos da seguinte forma: 8.984 microempresas, 1.993 de pequeno porte, 185 de médio porte e 208 de grande porte.
Mais emprego e renda 25lh
Entre 2019 e 2020 houve um crescimento de aproximadamente 2,26%, chegando a 3.372 funcionários e totalizando 152.854 empregados na indústria mato-grossense.

De acordo com o mapa de empresas divulgado pelo Governo Federal, o estado de Mato Grosso, no primeiro quadrimestre de 2021, foi o segundo com maior número de empreendimentos abertos: cerca de 23.370.
De acordo com a Fiemt, até 2023 nas empresas do setor de milho serão investidos cerca de R$ 5 bilhões na instalação de novas unidades. Essa movimentação deve gerar cerca de 4 mil empregos diretos e 10 mil empregos indiretos.
O setor de celulose pretende atingir R$ 9,5 bilhões de investimento, de forma que serão gerados 8 mil empregos para a implementação do empreendimento e mais 4,4 mil empregos diretos e indiretos para a operação.
Apesar dos diversos empreendimentos que surgiram durante o período pandêmico, um em especial se destaca por sua capacidade de potencialização e propagação em toda a economia mato-grossense, seja privada ou pública: a construção/ampliação da malha ferroviária, por meio da Rumo Logística para Cuiabá e Lucas do Rio Verde.
Além da dinâmica gerada pela construção e implementação da ferrovia, que segundo estimativas do Observatório da Indústria deve gerar cerca de 186.878 mil empregos e aproximadamente um aumento de 265,5 milhões na arrecadação, cabe destacar as alterações indiretas de um empreendimento estratégico deste porte.
“A título de exemplo, no segundo trimestre de 2021 a diferença do preço de transporte de soja de Mato Grosso para a China (Shanghai) com e sem ferrovia é de cerca de 11%. Esse movimento de redução nos custos de transporte, sendo extrapolado para outros setores da economia mato-grossense, pode elevar a participação dos produtos estaduais tanto no mercado local quanto brasileiro e internacional”, disse a Fiemt ao Primeira Página.
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