Na contramão do país, Centro-oeste avança no setor industrial 6l402w
Atrás apenas as regiões Sudeste e Norte (2,5 p.p.), o desenvolvimento industrial no Centro-oeste avança influenciado pela indústria extrativa e a agroindústria e atinge 1,7 pontos percentuais. Os dados são da PIA (Pesquisa Industrial Anual) Empresa, que abrange as indústrias extrativas e de transformação e foram divulgados nesta quinta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de […] 5o1n1b
Atrás apenas as regiões Sudeste e Norte (2,5 p.p.), o desenvolvimento industrial no Centro-oeste avança influenciado pela indústria extrativa e a agroindústria e atinge 1,7 pontos percentuais. Os dados são da PIA (Pesquisa Industrial Anual) Empresa, que abrange as indústrias extrativas e de transformação e foram divulgados nesta quinta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“O avanço na participação das regiões Norte e Centro-oeste pode ter sido influenciado pela indústria extrativa e a agroindústria, que foram menos prejudicadas pela crise sanitária”, conclui a a gerente de Análise Estrutural, Synthia Santana.
A análise mostra a maior perda de participação do Sudeste, em 10 anos, que foi de (-4,6 p.p.), apesar de ainda concentrar 56,3% do VTI (Valor de Transformação Industrial) nacional em 2020. A indústria paulista liderou a produção nacional com 30,4% do total, foi a que sofreu a maior redução (-2,5 p.p.) nos dois últimos anos avaliados. A compensação regional foi parcialmente feita – 1,0 p.p. – pela indústria mineira, a segunda mais importante do país (12,5% em 2020).
Na avaliação geral da PIA, o setor industrial brasileiro só acumulou saldo negativo entre 2011 e 2020. Nessa década o país fechou 9,6 mil empresas e perdeu 1 milhão de postos de trabalho.
No primeiro ano de pandemia, o país tinha 303,6 mil indústrias com uma ou mais pessoas ocupadas, sendo 6,3 mil indústrias extrativas e 297,3 mil indústrias de transformação. Essas empresas geraram R$ 4,0 trilhões de receita líquida de vendas e pagaram R$ 308,4 bilhões em salários e outras remunerações.
Em 2020 o setor industrial empregava 7,7 milhões de pessoas, das quais 97,4% operavam nas indústrias de transformação. A indústria perdeu 1,0 milhão de postos de trabalho entre 2011 e 2020. O pior ano foi 2013, quando o desemprego chegou a 15,3% de fechamento das vagas.
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“Vimos uma tendência de redução do número de empresas desde 2014, início da crise. Entre 2019 e 2020, houve uma queda de 0,9% no número de empresas, sendo 0,8% nas indústrias extrativas e 0,9% nas indústrias de transformação. Também houve queda de 1,2% no número de unidades locais frente a 2019, sendo 1,3% nas extrativas e 1,1% nas indústrias de transformação”, analisa a gerente.
Setores da indústria 6s3bz
O setor industrial tem 29 divisões e, do total, nove perderam pessoal desde 2011. No período analisado, mais da metade das perdas de postos de trabalho foi nos setores de confecção de artigos do vestuário e órios (258,4 mil), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (138,1 mil) e fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (134,2 mil).
Por outro lado, os maiores ganhos ocorreram na indústria alimentícia, principal empregadora do setor, seguida da indústria de fabricação de produtos não-metálicos e de produtos de borracha e material plástico. Como a criação de novas vagas se deu, sobretudo, em setores com salários mais baixos, o salário médio da indústria caiu em 2020.
Salário da indústria 45ao
Em 10 anos, a remuneração na Indústria caiu de 3,5 salários mínimos para 3,0 salários. Mesmo pagando os salários mais elevados, as indústrias extrativas tiveram uma redução no salário médio, ando de 6,1 s.m., em 2011, para 4,6 s.m., em 2020. Nas Indústrias de transformação, o salário médio caiu de 3,5 s.m., em 2011, para 2,9 s.m., em 2020.
Produção de veículos 301n4i
A produção de veículos na década analisada apresentou perda de participação das receitas industriais, que somaram R$ 4,3 trilhões dos R$ 4,8 trilhões das receitas brutas. A participação da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias na receita líquida da indústria (7,1%) caiu 4,9 p.p., indo da 2ª para a 4ª posição no ranking, em 2020. Em contrapartida, a fabricação de produtos químicos subiu da quarta para a segunda posição em 10 anos, saltando de 8,8% para 10,5% do faturamento.
“O comportamento do setor automobilístico está relacionado ao fato de que outros setores cresceram mais, além da própria redução do setor. É uma atividade que já vem enfrentando crises sucessivas com motivações diferentes desde 2009”, avalia Synthia.
- 2011: participação de 12%, mas foi tendo reduções;
- 2015/2016: chegou a 8,2 e 8,1%;
- 2020: atingiu ponto mais baixo da série, 7,1%.