MS vai ganhar fábrica de biometano com investimento de R$ 350 milhões 2r3o67
Unidade será implantada em Nova Alvorada do Sul, utilizará resíduos da cana-de-açúcar e terá capacidade instalada de 28 milhões de m³ de biometano por safra 1h463w
Mato Grosso do Sul vai ganhar a primeira fábrica de biometano da Atvos a partir de resíduos da cana-de-açúcar. Durante a abertura da Expocanas nesta quarta-feira (10), a companhia anunciou a nova operação em Nova Alvorada do Sul, com investimentos de mais de R$ 350 milhões.

O empreendimento será implantado na Unidade Santa Luzia, localizada no trecho da BR-267 que a pelo município e responsável pela produção de etanol. O CEO da Atvos, Bruno Serapião, explicou o motivo da escolha de Nova Alvorada do Sul para esse primeiro investimento da companhia em biogás.
“Porque é a nossa maior usina, que desempenha melhor, e também da relação que a gente tem com os entes públicos, que é uma prefeitura que funciona muito bem, que funciona pró-negócio. A gente se sentiu muito confortável de fazer um investimento que vai durar 15 anos em uma cidade que sempre tratou a Atvos muito bem. A gente quer estar aqui ainda mais tempo.”
Bruno Serapião, CEO da Atvos

A fábrica de biometano utilizará como insumos a vinhaça e a torta de filtro, resíduos resultantes da cadeia produtiva da cana.
“Nós investimos no ano ado em melhoria da planta de cana, que é a que mói cana e faz etanol. Esse é um pedaço adicional dessa planta que pega dejetos que a gente teria que tratar e transforma isso em oportunidade. A gente vai transformar esses dejetos em gás e depois em fertilizantes. Isso melhora duas coisas: utilização de carbono, a gente retém mais carbono, e a gente vai trocar esse biogás no diesel que tem nos caminhões. Isso permite que a gente emita 40% a menos na nossa operação. Aliado a isso, a gente vai distribuir esse biogás pro mercado em volta. É uma planta de engenharia ligada à planta de cana.”
Bruno Serapião, CEO da Atvos
A unidade, que deve entrar em operação até 2026, terá capacidade instalada de 28 milhões de metros cúbicos de biometano por safra. “A gente tem de seis a oito meses de engenharia. Com a engenharia fechada, a gente tem 18 meses para implantação. A nossa previsão é que no final de 2025, meio de 2026, a gente tenha a planta já emitindo biogás”, completou Serapião.
Durante a cerimônia, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, assinou uma autorização para que a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) defenda, junto ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), a redução do ICMS de biometano de 17% para 1,8%.

O chefe do Executivo sul-mato-grossense destacou que o empreendimento é fundamental para a sequência da estratégia da transição energética.
“Esse investimento vem consolidar uma linha que nós temos de investir nessa transição de energia limpa e o setor sucroenergético é fundamental pra isso. Estamos, em contrapartida, dando um incentivo fiscal, trazendo uma redução de alíquota de ICMS para comercialização do biometano. Que isso possa ser usado no futuro não só nas frotas próprias de quem está fazendo o investimento, mas injetar nas redes de distribuição. Assim, a gente vai avançando na estratégia de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro em 2030. E o principal de tudo: novos investimentos, novas oportunidades de emprego, renda, geração de emprego pra nossa gente.”
Eduardo Riedel, governador de MS
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O biometano ov4m
Com vistas à crescente demanda global por soluções sustentáveis que contribuam com as agendas de mudanças climáticas, o biometano figura como uma das mais importantes alternativas em substituição aos combustíveis fósseis, sobretudo em região não atendidas por gasodutos ou mais afastadas das capitais.
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