Estudo sobre ampliação do uso do GLP no Brasil deve terminar até novembro 3kd69

Assunto foi debatido durante mesa-redonda promovida pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados na UFMS, com participação da Copa Energia q154d

O estudo sobre a ampliação do uso do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) no Brasil deve ser concluído até 7 de novembro. É o que afirmou, nesta quinta-feira (6), o superintendente de Distribuição e Logística da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Diogo Valério.

O assunto foi debatido durante mesa-redonda promovida pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. Participaram representantes da ANP, do Ministério de Minas e Energia, do governo do estado, da universidade, além da Copa Energia – maior empresa da América Latina em engarrafamento, comercialização e distribuição de GLP.

Mesa-redonda na UFMS, em Campo Grande, sobre o fim das restrições do uso do GLP (Foto: José Câmara)
Mesa-redonda na UFMS, em Campo Grande, sobre o fim das restrições do uso do GLP (Foto: José Câmara)

Diferentes usos do GLP, como em motores, aquecimento de piscinas e caldeiras, são considerados crime contra a ordem econômica pela Lei nº 8.176 de 1991, quando havia uma outra realidade do país. Hoje, o Brasil caminha para ser autossuficiente na produção de GLP. Só em 2016 houve uma flexibilização. A ANP autorizou o uso em empilhadeiras e equipamentos industriais de limpeza. Nos últimos anos vem se discutindo cada vez mais a importância da diversificação, principalmente, como uma fonte de energia menos agressiva ao meio ambiente.

“Nesse momento a ANP está desenvolvendo AIR [Análise de Impacto Regulatório], o nosso prazo para entrega, que a nossa equipe está focada e está tentando até antecipar isso, hoje é 7 de novembro. Então acho que falta pouco pra gente terminar essa discussão. O objetivo dessa AIR está muito alinhado com o que foi falado, é aumentar a eficiência do mercado e garantir o abastecimento. Fonte alternativa de energia, além de possibilitar um aumento de eficiência, ela ajuda a garantir o abastecimento, que é o grande objetivo da ANP, porque dá escolha. Na falta de um energético, a gente teria possibilidade de utilizar um outro energético pra fornecer aquela energia.”

Diogo Valério, superintendente de Distribuição e Logística da ANP
GLP da Copa Energia na UFMS (Foto: Fábio Rodrigues)
GLP da Copa Energia na UFMS (Foto: Fábio Rodrigues)

Valério destacou ainda que, embora a restrição de outros usos do GLP seja estabelecida em lei, tem um entendimento da Procuradoria Federal junto à ANP que uma resolução, uma mudança regulatória da ANP, seria suficiente para liberação dos outros usos caso seja esse o caminho técnico escolhido pela agência.

Depois do fim desse estudo da ANP, a próxima etapa do rito regulatório é a abertura de consulta pública.

Para o vice-presidente de Operações e Estratégia da Copa Energia, Pedro João Zahran Turqueto, é preciso agilidade para rever a legislação.

“Hoje a gente tem uma regulação anacrônica, que não permite que você utilize o GLP em motores para geração de energia elétrica. E esse debate a gente vem há 30 anos no setor tentando mostrar as qualidades e os benefícios que a sociedade como um todo tem em poder utilizar o GLP, por exemplo, pra geração de energia em lugares remotos, motores de trator, enfim, uma gama de oportunidades que o Brasil vem perdendo. É algo muito importante pro Brasil como um todo e especificamente para Mato Grosso do Sul que tem uma série de áreas com investimento no agronegócio que têm que utilizar ou o óleo diesel pra geração de energia elétrica, muitas vezes mais caro, mais ineficiente, mais poluente. Então aí que se dá a importância desse debate.”

Pedro João Zahran Turqueto, vice-presidente de Operações e Estratégia da Copa Energia

Leia mais n1u6n

  1. Projetos já rendem frutos com uso do GLP como fonte de energia em MS 6h4p57

  2. Copa Energia e UFMS vão desenvolver projetos de inovação para o uso do GLP 1r5n2w

  3. Copa Energia inaugura usina fotovoltaica na Bahia 1c1a2k

Segundo o deputado federal Beto Pereira (PSDB/MS), membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados e autor do requerimento da mesa-redonda, as discussões em Campo Grande serão importantes nesse processo de avançar na regulação do setor.

“Nós precisamos o quanto antes criar possibilidades que viabilizem mais o desenvolvimento e interiorize esse desenvolvimento. Quando a gente fala em áreas remotas, Mato Grosso do Sul sofre porque as redes de fornecimento de energia elétrica não são abundantes e isso traz transtornos em vários momentos e inviabiliza negócios. Portanto, para o desenvolvimento do país, principalmente para áreas menos adensadas como é o caso de Mato Grosso do Sul, nós precisamos avançar isso com celeridade.”

Beto Pereira, deputado federal (PSDB/MS)

Para o coordenador-geral de Acompanhamento de Mercado do Ministério de Minas e Energia, Deivson Matos Timbó, apesar do GLP ser um derivado de petróleo, tem potencial de contribuição no processo de transição energética.

“Não tem uma bala de prata, não tem um produto único que a gente vai ar a adotar e substituir todos os outros. Não existe essa solução única. Eu entendo que o GLP tem muito a contribuir, inclusive com soluções híbridas, trazendo uma garantia firme, confiabilidade à solução quando implementada de forma conjunta com geração de energia eólica, geração de energia solar. Eu entendo que GLP tem potencial para ser um energético de transição super aplicado, inclusive, em estados com a configuração de Mato Grosso do Sul, que tem ainda um processo de interligação energética aos pequenos consumidores que precisa ser vencido. Eu acho que tem uma oportunidade de negócio pra iniciativa privada e pra aumentar a garantia do abastecimento e da disponibilidade de energia aos consumidores, que é super positiva.”

Deivson Matos Timbó, coordenador-geral de Acompanhamento de Mercado do Ministério de Minas e Energia
Pedro João Zahran Turqueto, vice-presidente de Operações e Estratégia da Copa Energia, durante mesa-redonda na UFMS sobre ampliação do uso do GLP no Brasil (Foto: Sérgio Saturnino)
Pedro João Zahran Turqueto durante mesa-redonda na UFMS (Foto: Sérgio Saturnino)

“O GLP é um combustível fóssil, mas apesar disso, tem a combustão mais limpa do que outros. Então ele é muito importante nessa transição energética. A gente não vai da noite pro dia conseguir sair do combustível fóssil pra uma fonte totalmente renovável. Essa transição GLP é extremamente necessária. Então quando a gente vê esses incidentes terríveis no Brasil e no mundo, a gente precisa começar essa jornada. Eu acho que a autorização de se utilizar o GLP para produzir energia e em motores substituindo outros combustíveis que são mais poluentes é extremamente necessária pro Brasil conseguir continuar sendo competitivo do ponto de vista financeiro, mas ter uma matriz energética mais limpa.”

Pedro João Zahran Turqueto, vice-presidente de Operações e Estratégia da Copa Energia
Gerador movido a GLP serve como alternativa para geração de energia elétrica para a UFMS (Foto: Fábio Rodrigues)
Gerador movido a GLP serve como alternativa para geração de energia elétrica para a UFMS (Foto: Fábio Rodrigues)

Projetos com GLP 5hc4h

Durante a mesa-redonda, foram apresentados resultados de dois projetos da UFMS, que são exemplos práticos de como o produto pode ser usado em diversos setores.

Um deles gera energia para tanques de piscicultura. A produção foi comprovada eficiente para garantir os níveis de oxigênio necessários. O outro é de um gerador movido a GLP que serve como alternativa para geração de energia elétrica para a universidade.

“Para todos esses prismas de viabilidade, nós identificamos que o GLP é alternativa importante para a sociedade, para a indústria, pro comércio, pros pequenos produtores. Nós temos aí com o GLP mais uma opção em relação ao que a gente já tem hoje. É importante que a gente não cerceie a sociedade de uma maneira geral de eventualmente poder optar pelo uso do GLP como fonte energética.”

Saulo Moreira, diretor da Agência de Internacionalização e de Inovação da UFMS

A energia produzida pelo GLP no gerador se mostrou até 74 centavos mais barata por kW/h na comparação com a produzida pela rede de distribuição. O GLP também se mostrou mais sustentável: gerou 20% menos gás carbônico que um gerador movido a diesel.

GLP gera energia para tanque de piscicultura da UFMS (Foto: Fábio Rodrigues)
GLP gera energia para tanque de piscicultura da UFMS (Foto: Fábio Rodrigues)

Leia também em Economia! 1j6vn

  1. Imagem mostra aplicativo da Receita Federal em um celular

    Não declarou o Imposto de Renda? Saiba o que fazer s4910

    O prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda 2025...

  2. imposto de renda

    Imposto de Renda 2025: mais de 30 mil deixam de declarar em MS 3k67m

    Em Mato Grosso do Sul, a expectativa da Receita Federal era receber...

  3. Bandeira vermelha: conta de luz fica mais cara em junho 2z6c1q

    A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (30) que...

  4. Declaração de Imposto de Renda (Foto: Primeira Página)

    Imposto de Renda 2025: prazo para declaração termina às 22h59 em MS 691ow

    O prazo para envio da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa...

  5. Torneira MS

    Contas de água e esgoto terão reajuste em 67 municípios de MS 2q206g

    Reajuste de mais de 5% na tarifa de água e esgoto impacta...

  6. Imposto de Renda 2025

    Cuidado com o 'leão': último dia para declarar o IR 1b855