Desemprego no país cai de 15,1% para 13,7%, diz Ipea 4w1x6c
O desemprego no Brasil diminuiu de 15,1% em março deste ano para 13,7% em junho, último mês do trimestre móvel iniciado em abril. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O aumento recente das contratações tem ocorrido, principalmente, em setores que empregam relativamente mais mão de obra informal, como o da construção, que teve alta anual da população ocupada em 19,6%, a agricultura (11,8%) e os serviços domésticos (9%).
A taxa de desocupação dessazonalizada, que exclui os efeitos das variações sazonais dos dados temporais de junho, 13,8%, é a menor registrada desde maio de 2020.

O Ipea analisou o mercado de trabalho com base na desagregação dos trimestres móveis da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e em informações do Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia.
Conforme o Ipea, as pessoas que saíram do mercado de trabalho por causa da pandemia de covid-19 estão voltando a procurar emprego e que, ainda assim, a ocupação está crescendo.
Outro dado da pesquisa é que, no segundo trimestre de 2021, na comparação interanual, a expansão dos empregados no setor privado sem carteira chegou a 16% e a dos trabalhadores por conta própria, 14,7%.
Ainda com base nos dados da Pnad Contínua, o aumento do emprego ocorreu em todos os segmentos da população, se comparado ao mesmo período do ano anterior, mas teve destaque o crescimento entre as mulheres (2,2%), jovens (11,8%) e trabalhadores com Ensino Médio completo (7%).
Permanência no desemprego 5p1y42
Para o Ipea, um dado preocupante é o aumento do tempo de permanência no desemprego. O percentual de trabalhadores desocupados, que estavam nesta situação por dois trimestres consecutivos, subiu de 47,3% no primeiro trimestre de 2020 para 73,2% no segundo trimestre de 2021.
Essa situação fica ainda mais grave com a queda na parcela de desempregados que conseguiu uma colocação no mercado de trabalho no trimestre subsequente de 26,1% para 17,8% no mesmo período.
Os responsáveis pela pesquisa afirmam que existe uma literatura grande no mercado de trabalho que mostra que quanto mais tempo a população fica sem trabalhar, mais difícil é voltar a ficar empregada. E ressaltam que ficar fora desse mercado de trabalho faz com que a pessoa perca produtividade e deixe de saber o que tem de inovação na profissão, o que dificulta ainda mais a situação.
Futuro q20j
A expectativa do Ipea é que o mercado de trabalho continue melhorando, com crescimento na ocupação, mas ainda com emprego informal. E existe uma perspectiva de que se o auxílio emergencial, cuja previsão de término é em outubro, não for prorrogado, os beneficiários que vão perder essa renda terão que voltar ao mercado de trabalho, o que vai voltar a pressionar os indicadores.