Com preços “nas alturas”, famílias buscam alternativas para ovos de Páscoa 5l625m
Pesquisa da Fecomércio-MS já prevê uma queda significativa no dinheiro destinado aos gastos com a data 2c3e3w
Páscoa, tempo de união, almoço em família e de chocolate. Quem nunca esperou ganhar os famosos ovos que todos os anos lotam as prateleiras dos supermercados e as vitrines de docerias. O dinheiro para manter essa tradição viva, no entanto, está cada vez mais escasso e o jeito é achar alternativas mais “baratas” para celebrar a data.

O aumento no custo de vida do brasileiro tem se refletivo diretamente na Páscoa deste ano. Nas ruas pouco se vê de decoração. As embalagens coloridas que sempre chamam atenção, hoje, estão mais restritas aos mercados e as lojas especializadas, que ainda fazem questão de ganhar o cliente pelos olhos.
Esse “desanimo” também está nos depoimentos dos moradores. No Centro de Campo Grande, muita gente sequer pensava nas compras de Páscoa e quem já tinha dado uma olhadinha nos valores dos ovos de chocolate já havia desistido de comprar. Foi o que aconteceu com a cabeleireira Nathalia Eckert, de 36 anos.
Desde o ano ado, o jeito de agradar os dois filhos foi substituir os ovos por caixas de bombons. “Tá tudo tão caro e o dinheiro cada vez mais escasso, que fica difícil gastar com isso”. Mãe de dois adolescentes, de 14 e 12 anos, Nathalia conta que aproveita a nova fase dos filhos para economizar, já que os produtos com brinquedos não atraem mais. “Nessa parte é bom eles crescerem”, brinca.

Ana Paula Patrocínio é mãe de três crianças – duas meninas, de 4 e 11 anos, e um menino de 10. Para manter a tradição, ela conta com a ajuda de voluntários, que anualmente vão até o bairro em que ela mora com a família para distribuir ovos. “Vi um ovo por R$ 70 esses dias, como compra? Não tem condições. Geralmente compra caixa de bombom para eles”.
Os doces fazem a alegria dos filhos de Ana Paula. “São vários né”, brinca. Para economizar, ela compra os chocolates com antecedência, sempre que vê uma promoção. “Aí vou guardando”.
Já a diarista Lucineia de Oliveira, de 38 anos, ainda não decidiu se as filhas vão ganhar ovos de Páscoa esse ano. “Tá tudo tão caro. Preciso ver se vai sobrar um dinheirinho e pesquisar os valores”. Mãe de duas meninas, de 7 e 3 anos, ela conta que foi a filha mais velha quem “lembrou” da data, depois de ver os ovos expostos no mercado. “Imagina quem tem mais filho? Graças a Deus só tenho duas”, brinca.
Na casa de Karine Martins Santos, de 27 anos, a tradição fica mais restrita a união da família, por isso o filho de 3 anos não deve ganhar o chocolate neste ano. “Eu não importo muito com isso, então nem pesquisei. Somos mais de ar em família”.
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Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS, em parceria com o Sebrae, já prevê uma queda significativa no dinheiro destinado aos gastos com a comemoração e compra de presentes.
De acordo com os dados, o sul-mato-grossense pretende gastar um total de R$ 101,14 milhões na compra de presentes e R$ 117,51 milhões nas comemorações. Esses valores são, respectivamente, 39% e 26% menores que o mesmo período do ano ado. O valor médio dos presentes deve ser de R$ 125,85, enquanto as comemorações devem atingir investimento médio de R$ 183,12.
“A queda se deve ao momento econômico que vivemos, considerando a inflação e taxa de juros que fazem com que o consumidor perca seu poder de compra. Ainda assim é uma data muito importante, considerando que mais da metade da população deve ir às compras”, considera o presidente da Fecomércio MS e do IPF-MS, Edison Araújo.
A pesquisa ainda mostrou que 54,1% pretendem presentear nessa Páscoa, principalmente os filhos e companheiros. As opções são ovos de Páscoa, apontados por 53%, seguidos dos bombons (18%), ovos caseiros (9%) e barra de chocolate (8%). Outros 43,2% pretendem comemorar a data.
O consumo de pescados, outra tradição de Páscoa, também foi abordado na pesquisa. Somente 14,7% dos entrevistados dizem que não vão consumir peixe. Os preferidos são o pintado (19,1%), o pacu (18,2%) e a tilápia (14,4%).
“É importante que o empresário esteja atento aos fatores que mais contam na definição de compra. Quase 80% querem desconto para pagamento à vista e o segundo fator mais importante é o atendimento, citado por 32,38% e, em terceiro, a variedade, apontada por outros 23,72%”, diz a economista do IPF, Regiane Dedé de Oliveira. O parcelamento no cartão de crédito também aparece, mencionado por 16,76%.