Personalidades negras de Mato Grosso: conheça 6 homenageadas em prêmio
Adenir Carruesco, Dona Matilde da Silva, Jan Moura, João Bosco Cajueiro, Lindsey de Sá e Nilson Farias são os seis homenageados na edição deste ano do Prêmio Jejé de Oyá, por suas atuações na cultura cuiabana
Diariamente, a cultura cuiabana é ampliada e enriquecida pelas ações de pessoas que se dedicam em diversas áreas sociais. Por fazerem a diferença, criando um espaço de representatividade, seis personalidades negras de Cuiabá e região serão homenageadas no Prêmio Jejé de Oyá deste ano.
Conheça abaixo quem são essas seis personalidades e a trajetória de cada uma delas:
Prêmio Jejé de Oyá 2024
Além das 10 categorias de indicados ao prêmio, seis pessoas são homenageadas por suas ações na sociedade cuiabana; são elas:
- Adenir Carruesco – desembargadora e presidente do TRT-MT (Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso);
- Dona Matilde da Silva – presidente do grupo de folclórico Flor do Campo;
- Jan Moura – gestor cultural e ex-secretário adjunto de Cultura de MT;
- João Bosco Cajueiro – servidor técnico-istrativo da UFMT há 50 anos;
- Lindisey Catarina de Sá – produtora cultural da Lavagem da Escadaria do Rosário;
- Nilson Farias de Oliveira – delegado na DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).
O Prêmio Jejé de Oyá é uma forma de homenagear José Jacintho Siqueira de Arruda – uma das personalidades negras mais conhecidas da cultura cuiabana, que marcou sua época lutando contra o preconceito racial e sexual e, hoje, dá nome ao prêmio.
Neste ano, a entrega da premiação aos indicados será no dia 1º de junho, no Teatro Zulmira Canavarros, em Cuiabá, a partir das 19h30.
Mas, antes, será realizado o Pocket Show ‘Exaltando Nossas Cores’, nesta segunda-feira (20), às 19h, no Teatro da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).
A ideia do pocket show é apresentar a história das seis personalidades homenageadas nesta edição, além da realização de uma roda de conversa com elas. O evento será conduzido por Luciene Carvalho, presidente da Academia Mato-grossense de Letras.
Quem são os homenageados?
?Adenir Carruesco
Desembargadora e presidente do TRT-MT, Adenir Carruesco vem de uma família com ado simples, baseado na plantação e colheita de café.
Nascida na zona rural do Paraná, os sonhos e realizações dela representavam, na verdade, o sonho de outra pessoa: a mãe, dona Geralda. Mãe que enfrentou o trabalho infantil na lavoura, mas que, ao lado do marido, seo Selvino, nunca deixou de ensinar a filha sobre a importância do trabalho e suas conquistas.
No caminho, Adenir confrontou o racismo, quando concorreu a uma vaga de atendente em uma agência bancaria, que tinha como exigência do cargo a “boa aparência” – na qual, segundo a instituição, a jovem não se encaixava.
Frustrada, ela continuou seguindo com os estudos e, aos 18 anos, prestou seu primeiro concurso público – para o TJMS (Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul) – e foi aprovada para trabalhar no Fórum.
Em 2020, foi nomeada desembargadora federal, por merecimento e transferida para Cuiabá. Em dezembro do ano ado, ela tomou posse como presidente do TRT-MT para o biênio 2024/2025.
A trajetória de Adenir – desde a vida no campo até a oportunidade de estudar e garantir um espaço na sociedade – foi contada no quadro ‘A Voz da Emoção’, da TV Globo, em março deste ano.
?Dona Matilde da Silva
Desde 1986, dona Matilde e sua família fizeram parte da fundação e oficialização do ‘Flor do Campo’ como grupo folclórico de siriri e cururu.
Hoje, à frente do grupo como presidente, dona Matilde possibiliza que a riqueza da cultura cuiabana se mantenha viva e seja espalhada por meio das apresentações de dança, com direito a muitas cores e batuque!
Ultraando os limites mato-grossenses, o grupo Flor do Campo já foi para São Paulo, no ano ado, representando MT dentre os 40 grupos folclóricos no 59º Festival do Folclore da Estância Turística de Olímpia.
Em cerca de 41 anos de história, o grupo já levou muito siriri e cururu para Teresina (PI), Brasília (DF), Londrina (PR), e ao interior de Mato Grosso.
?Jan Moura
Jan Moura já atuou como secretário adjunto de Cultura no Estado e, na política cuiabana, vê um espaço para combater desigualdades e reforçar a cultura.
Estudou em escolas públicas na juventude e hoje, é mestre e doutor em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).
Jan também foi produtor cultural do Sesc Mato Grosso por cerca de 15 anos e, atualmente, é pré-candidato a vereador por Cuiabá, no PSB (Partido Socialista Brasileiro).
?João Bosco Cajueiro
Servidor técnico-istrativo da UFMT há 50 anos, João Bosco Pereira de Souza Cajueiro, ou Caju, ingressou na UFMT em 1974.
Com o ar dos anos, ele já atuou como desenhista copista, foi Pró-reitor istrativo, e atualmente é membro do Conselho Universitário e Chefia da Seção de Movimentação e Relações de Trabalho da Progep (Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas).
?Lindisey de Sá
Bacharel em Direito pela UFMT e pós-graduada em Ciências Penais pela Escola do Ministério Público de Mato Grosso e em Produção Cultural pela Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), Lindsey Catarina de Sá é mais uma das homenageadas no prêmio.
Regionalmente, Lindsey atua em questões artísticas e culturais, especialmente tem temas afro-brasileiros, há cerca de 15 anos.
Ela também atuou como produtora cultural da Lavagem da Escadaria da Igreja do Rosário, em Cuiabá.
?Nilson Farias
Delegado na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Nilson Farias de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro e perdeu os pais ainda criança.
Órfão, precisou morar em cinco núcleos familiares durante a infância. Nilson estudou em escolas públicas e morou em regiões cercadas por comunidades violentas na cidade carioca.
Um dos irmãos dele é quem o incentivou aos estudos, como forma de mudar a realidade em que viviam.
Nilson, que já foi motoboy e garçom, se formou em Direito e tornou-se inspetor da Polícia Civil no Rio de Janeiro. Em 2014, conquistou o cargo de delegado da Polícia Civil em Mato Grosso.
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Categorias do prêmio
?Comunicação e Jornalismo
Dentre os indicados ao prêmio deste ano, está Aldair Santos, jornalista e apresentador da Rádio Centro América FM.
Além do jornalista, outros indicados nessa categoria são:
- Dríade Aguiar – co-fundadora do Mídia NINJA;
- Adão Oliveira – jornalista Resumo do Dia.
?Alimentação e Gastronomia
- Quintal do Boa – Sol;
- Dona Irene Doces;
- Dona Jura – TV Centro América.
?Artes Visuais
- Tchello Santos – escultor;
- Carlos Pina – arquiteto e artista plástico;
- Edson Ferreira – tatuador.
?Destaque Afrocientífico
- Gonçalina Eva Almeida de Santana – Quilombola Mestre;
- Mory Marcia Oliveira Lobo – dutora em Educação;
- Ton dos Santos – doutorante na UFMT.
?Escrita Artística
- Paty Wolf – escritora, pintora, ceramista;
- Silviane Ramos – historiadora;
- Neurozito Figueiredo Barbosa – músico, escritor e compositor.
?Estética da Identidade Negra
- Mizizi Espaço Afro;
- Diela Tranças;
- Pamela Natural Hair – de Várzea Grande.
?Impacto Social
- Coletivo Mulheres Essência;
- Mano Rau – Hip Hop Combate as Drogas;
- Maria do Futebol – de Várzea Grande.
?Mídias Sociais
- Lista Negra – grupo de podcast;
- André D’Lucca – ator;
- Jhonny Everson – músico.
?Performance Artística
- Jefferson Neves – maestro, músico e escritor;
- Ronaldo José – ator;
- Alice Oliveira – contadora de histórias.
?Performance Física
- Nadir Sabino – atleta;
- Melissa Arruda – técnica de vôlei;
- Pedro Pio – árbitro.
O ‘Prêmio Jejé de Oyá – Edição 2024′ é realizado pela Bemtivi Academia de Arte, em parceria com a Assembleia Social e Instituto Memória, ambos da ALMT (Assembleia Legislativa de Mato Grosso), além da Secel-MT (Secretaria Estadual de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso).
